Entre os fatores relacionados a seguir indique qual deles tem relação direta com a camada de ozônio

O Ozônio é um gás composto por moléculas com três átomos de oxigênio (O3). Esse gás encontra-se distribuído na troposfera, que concentra cerca de 10% de todo o Ozônio, e na estratosfera, que acumula a maior parte desse gás, cerca de 90%.

O Ozônio encontrado na troposfera origina-se a partir de poluentes lançados na camada inferior da atmosfera e é considerado pelos cientistas como o “ozônio mau”, em razão dos seus efeitos negativos quando em contato com plantas e animais. O contato com esse gás pode afetar o crescimento das plantas, o que pode diminuir a produtividade agrícola, gerar prejuízos econômicos e impactar a quantidade de alimentos disponíveis. Além disso, provoca irritação nos olhos e vias respiratórias do ser humano e outros animais, causando o comprometimento do sistema respiratório e intensificando problemas cardiovasculares.

Embora seja muito nocivo em contato direto com os seres vivos, o Ozônio presente na estratosfera exerce um papel fundamental para a manutenção da vida no planeta Terra. Distribuído em uma fina e instável camada na estratosfera, entre 25 e 30 quilômetros do planeta Terra, esse gás absorve mais de 95% dos perigosos raios ultravioleta emitidos pelo sol, protegendo a Terra de uma superexposição a esses raios, o que poderia afetar toda a dinâmica ambiental do planeta.

A partir da década de 1970, tornou-se bastante difundido em meio acadêmico e na mídia que a quantidade desse gás na estratosfera estaria diminuindo em algumas partes do planeta, gerando “buracos” na camada de ozônio. Assim, se nada for feito, essa diminuição da quantidade de O3 poderá ocasionar a destruição total dessa camada tão vital para o nosso planeta. De acordo com o INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais)1, a concentração desse gás já está 3% mais baixa, o que resulta em um buraco de 31 milhões de quilômetros quadrados (15% da superfície terrestre) na região da Antártica no final do inverno e durante toda a primavera.

Essa diminuição da concentração de O3 na atmosfera tem provocado o aumento da quantidade de raios ultravioleta que chegam à superfície terrestre, provocando diversos impactos para o meio ambiente do mundo inteiro. Entre os impactos, destacam-se:

  • Impactos sobre o organismo humano1: envelhecimento precoce, mutação genética, problemas no sistema imunológico e câncer de pele.

  • Impacto sobre as plantas: A grande quantidade de raios ultravioleta pode comprometer o processo de fotossíntese, impactando o sistema nutritivo das plantas e o seu crescimento.

  • Redução de espécies1: A superexposição de raios UV pode prejudicar o desenvolvimento de diversas espécies marítimas, como peixes, camarões, caranguejos e fitoplânctons (base da cadeia alimentar marítima). Além disso, o contato com essa radiação pode causar diversas mutações genéticas, alterando totalmente o DNA dos seres vivos.

  • Contribuição para o aquecimento global: A diminuição da camada de Ozônio e o aumento da quantidade de raios UV podem contribuir para a aceleração do aquecimento global.

A maioria dos cientistas atribuiu como principal causa para a destruição da camada de Ozônio as atividades realizadas pelo ser humano desde a Revolução Industrial, que lançaram uma enorme quantidade de CFCs e halogênios na atmosfera. Muito encontrados em espumas, aparelhos de refrigeração e extintores, os CFCs e halogênios, em contato com o Ozônio, provocam a degradação das moléculas desse gás. Isso acontece porque as moléculas de Ozônio ligam-se aos átomos dessas substâncias, formando outro elemento, ocorrência que ocasiona a diminuição da concentração desse gás na atmosfera.

Em virtude dessa constatação, vários países adotaram medidas visando à diminuição do uso dos CFCs e halogênios. Em 1987, diversos países assinaram o Protocolo de Montreal, no qual se comprometeram a erradicar o uso de substâncias que provocassem algum dano à Camada de Ozônio e a implantar uma série de medidas para proteção dessa importante camada da atmosfera. Atualmente esse protocolo é adotado por 197 países, sendo o único acordo multilateral com adoção universal do mundo. O Protocolo de Montreal possui mais países adeptos que o Protocolo de Quioto, que visava à implantação de uma série de medidas para a diminuição da emissão de gases que aceleram o efeito estufa.

Alguns cientistas acreditam que a diminuição de O3 na atmosfera é um processo natural do planeta, portanto, que não sofreria influência do homem, já que, embora os CFCs e halogênios tenham a capacidade de degradar o Ozônio, raramente atingiriam a estratosfera. Para eles, a proibição do uso dessas substâncias tem razões econômicas, já que os CFCs e halogênios não possuíam patentes e os produtos que substituíram essas substâncias são, muitas vezes, mais caros.

Assim, embora as causas para a destruição da camada de Ozônio ainda sejam contraditórias, sabe-se que a concentração desse gás está diminuindo e que essa diminuição tem aumentado a quantidade de raios UV na superfície terrestre, fato que tem causado diversos impactos para a vida no planeta Terra. Assim, é fundamental que o ser humano adote medidas para evitar que essa camada seja destruída e para se proteger dos efeitos de sua destruição. Entre as principais medidas sugeridas para evitar os efeitos da radiação ultravioleta para os seres humanos, estão:

  • Evitar a exposição ao Sol no período entre 10 e 16 horas, horário em que a quantidade de raios ultravioleta é maior;

  • Utilizar protetor solar durante todo o dia;

  • Fazer uso de óculos, chapéus e guarda-sóis.

  • Evitar práticas de bronzeamento.

NOTAS

1 Dados retirados do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).

A camada de ozônio virou assunto recentemente quando o maior buraco da camada de ozônio se fechou no Polo Norte. Muitos pensaram se tratar de uma consequência da quarentena adotada por quase todo o mundo para conter o novo coronavírus. 

Entretanto, os cientistas do Serviço de Monitoramento de Atmosfera Copernicus (CAMS) explicaram que o fenômeno não tem relação com a pandemia. Na verdade, foi consequência de um vórtice polar, ciclones gelados que tem força para abrir um buraco na camada de ozônio. O buraco - o maior já registrado na região do Ártico - foi detectado no final de março e se fechou um mês depois. 

O que é a camada de ozônio?

Mas, afinal, você sabe o que é a camada de ozônio e sua importância para a vida na Terra? A camada de ozônio, também chamada de ozonosfera, é uma das camadas gasosas que envolvem o planeta. Ela é composta pelo gás Ozônio (O3) e se localiza na estratosfera, entre 20 e 35 quilômetros de altitude. 

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Camadas da atmosfera

A presença de ozônio perto da superfície pode agravar a poluição e provocar a chuva ácida. Mas, na estratosfera, a camada de ozônio tem a capacidade de filtrar boa parte dos raios ultravioleta mais perigosos emitidos pelo Sol. 

Os raios violetas são danosos aos seres humanos. Eles podem causar câncer de pele, danos à visão e ao sistema imunológico e envelhecimento precoce. Além de provocar o desequilíbrios ambientais, pois pode prejudicar o desenvolvimentos de animais marinhos e reduzir a produtividade do fitoplâncton, a base da cadeia alimentar aquática. 

O que destrói a camada de ozônio?

Na atualidade, os benefícios da camada de ozônio são ameaçados pelo ser humano. Isso porque, desde a Revolução Industrial, se intensificaram o número de atividades humanas que contribuem para a destruição da camada. 

O primeiro buraco na camada de ozônio foi detectado por cientistas britânicos no final da década de 1970, na região da Antártica. Esses buracos nada mais são do que a rarefação ou diminuição gradativa da espessura da camada de ozônio, o que permite que uma quantidade maior de raios ultravioletas cheguem à Terra. 

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Evolução do buraco na camada de ozônio na região do Ártico (NASA)

Mas, como a camada de ozônio é destruída? Algumas substâncias químicas, quando degradadas pelos raios ultravioletas, soltam átomos que reagem com as moléculas ozônio, as transformando em gás oxigênio (O2).

As principais substâncias que prejudicam a camada de ozônio são: óxido nítrico (NO), óxido nitroso (N2O), dióxido de carbono (CO2) e clorofluorcarbonos (CFCs). Essas substâncias são liberadas para atmosfera pelos gases emitidos pela queima de combustíveis fósseis, por indústrias e veículos, pelos propelentes em produtos aerossóis, equipamentos de refrigeração e na produção de plásticos no geral.

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O processo de degradação da camada de ozônio acontece naturalmente na estratosfera pela radiação dos raios ultravioletas, mas de forma equilibrada, pois as moléculas formadas com a destruição do ozônio podem se recombinar, formando ozônio novamente. 

Porém, com a intensificação de atividades humanas, como queima de combustíveis fósseis, processos industriais, uso de fertilizantes, desmatamento e aumento da criação de gado, a quantidade de substâncias nocivas à camada de ozônio liberadas na atmosfera é cada vez maior, desestabilizando o equilíbrio energético no planeta.

Efeito estufa: é bom ou ruim?

Outro benefício da camada de ozônio é a produção do efeito estufa: um processo natural no qual parte da radiação solar é absorvida por determinados gases - os chamados gases estufa. Esses gases formam uma camada que retém mais da metade dos raios solares na atmosfera terrestre.

Mas, não pense que o efeito estufa é ruim. Graças à absorção de calor pelos gases estufa e por continentes e oceanos, a superfície da Terra é aquecida. Se o efeito estufa não existisse, a Terra seria cerca de 30 °C mais fria do que é hoje, dificultando muito o desenvolvimento da vida por aqui.

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Representação do efeito estufa que aquece a Terra

Entretanto, com a emissão em excesso de gases estufa, como gás carbônico, o efeito estufa se intensifica pode se tornar um vilão, provocando o famoso aquecimento global - o aumento da temperatura da superfície terrestre e dos oceanos.

Consequências do aquecimento global

A emissão cada vez maior de gases poluentes agravam a poluição e desequilibram o planeta. Quanto maior a emissão de gases como o CO2, maior a degradação da camada de ozônio e a intensificação do efeito estufa. 

Reprodução/UOL

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O aquecimento global desequilibra o planeta e, consequentemente, acentua ainda mais o efeito estufa, criando um ciclo de devastação. Veja algumas consequências do aquecimento global que já atingem o meio ambiente:

  • Aumento do clima do planeta;

  • Derretimento das geleiras e de regiões cobertas por neve;

  • Aumento do nível dos oceanos, causando a inundação de ilhas e região litorâneas;

  • Aumento da temperatura dos oceanos, diminuindo a absorção de gás carbônico (o qual é, em grande, parte dissolvido nas águas ou consumido por algas marinhas);

  • Mudanças nas correntes marinhas e na composição química da água;

  • Interferência no ritmo das estações do ano e nos ciclos da água, do carbono, do nitrogênio e outros;

  • Modificação dos ecossistemas;

  • Redução da disponibilidade de água potável;

  • Irregularidade no regime de chuvas e no padrão dos ventos;

  • Migração de muitas espécies animais e vegetais de climas mais quentes para os polos e altitudes mais elevadas;

  • Aumento da evaporação de oceanos, lagos e rios;

  • Desertificação de áreas de floresta, diminuindo a capacidade da natureza de reciclar o gás carbônico.

Recuperação da camada de ozônio

É claro que as autoridades e cientistas de todo o mundo têm se preocupado com o aquecimento global. Desde a década de 1970, os líderes de diversos países se reúnem em conferências ambientais para discutir projetos de desenvolvimento sustentável e criar protocolos internacionais, acordos que organizam a utilização dos recursos do planeta. 

Veja: Conheça as principais conferências ambientais do mundo

Confira os principais protocolos e acordos já firmados pelas nações para conter a emissão de gases estufas e o aquecimento global:

Protocolo de Montreal

O primeiro protocolo criado para diminuir a emissão de substâncias nocivas à camada de ozônio foi o Protocolo de Montreal sobre Substâncias que Destroem a Camada de Ozônio, em 1987. Ele contou com 150 países signatários e o dia da sua assinatura, 16 de setembro, foi declarado como o Dia Internacional para a Preservação da Camada de Ozônio.

Protocolo de Kyoto

Em 1997, outro protocolo que visava reduzir as emissões de gases do efeito estufa foi assinado por 175 países participantes da Organização das Nações Unidas (ONU), o  Protocolo de Kyoto. 

Com a missão de diminuir 5,2% das emissões nas décadas seguintes, o protocolo criou projetos ambientais internacionais, a compra de crédito de carbono entre os países desenvolvidos e os países que poluem pouco, e o mercado de créditos de carbono.

Acordo de Paris

O Acordo de Paris é o mais recente visando a redução do efeito estufa. O objetivo do acordo é reduzir a emissão de gases estufa e manter o aumento da temperatura do planeta abaixo de 2ºC nos próximos anos. 

O Acordo de Paris foi assinado por 195 países em 2015, inclusive o Brasil que se comprometeu em diminuir a poluição e recuperar 12 milhões florestas para conter aquecimento global.

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Acordo de Paris em 2015

De acordo com um estudo norte-americano publicado na revista Nature neste ano, as determinações do Protocolo de Montreal estão ajudando a diminuir a emissão de gases. Mesmo com o trabalho árduo dos governos e dos cidadãos para preservar a camada de ozônio, sua recuperação deve demorar décadas. 

Principalmente porque os níveis de poluição nunca estiveram tão altos. Segundo os dados da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA), em abril de 2020, mesmo com o mundo em quarentena, a concentração global de dióxido de carbono bateu o recorde de 416,21 partes por 1 milhão (ppm), o valor mais alto desde o início das medições em 1958.

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