Por que existe a guerra na siria

Manter-se atualizado sobre o que ocorre a nível mundial é de extrema importância. Isso se torna especialmente verdade quando se trata de alunos que desejam se sair bem em exames como o Enem, que a cada edição têm enfatizado mais as questões sobre atualidades. O que está ocorrendo no mundo, por que, e quais os desdobramentos disso?

Entre os acontecimentos que mais têm estado sob os olhares de todo o mundo, destaca-se a guerra na Síria. Tendo começado como uma insurgência ao regime do presidente Bashar Al-Assad em 2011, atualmente, 5 anos depois, o conflito ampliou-se e diversificou-se de tal maneira que foi considerado pelo jornal norte-americano The Washington Post como uma míni guerra mundial, dado a quantidade de envolvidos, suas intrincadas relações e suas enormes consequências para o mundo.

Por isso, se você quer entender de uma vez por todas a guerra na Síria, não deixe de ler nosso post de hoje. Confira!

Contexto histórico e início dos conflitos

A Síria é liderada pelo mesmo partido político, o Baath, há quase 50 anos. O presidente atual, Bashar Al-Assad, assumiu a presidência do país em 2000, sucedendo seu próprio pai, que governou por mais de 30 anos. Dirigindo o país com mão de ferro e atitudes nada democráticas, Al-Assad tem amplo poder na tomada de decisões no país.

Em fevereiro de 2011, estudantes da cidade de Daara foram presos e torturados, acusados de terem escrito slogans contrários ao regime nos muros de sua escola. O ato gerou indignação e protestos dos civis sírios, especialmente influenciados pelo movimento denominado “Primavera Árabe”, que levou as populações de países como Egito, Tunísia e Líbia a se revoltarem contra seus governos.

Após um protesto em Daara, houve uma grande manifestação na capital do país, Damasco, violentamente reprimida pelo exército governista, o que deu origem a uma onda de manifestações em sequência.

Os primeiros 4 meses de conflito foram pacíficos, mas, após esse período, desertores das forças armadas sírias formaram o chamado Exército Livre da Síria, passando a recorrer à luta armada. Em 2012, a Cruz Vermelha e a ONU classificaram o conflito como guerra civil. Tal classificação permite a aplicação do Direito Humanitário Internacional e a investigação de possíveis crimes de guerra.

Principais desdobramentos

Com o início dos conflitos com o Exército Livre, diversas dissidências e grupos étnicos começaram também a se opor enfaticamente ao regime de Assad. O grande problema é que a oposição síria é formada por diversos grupos, rivais entre si, o que acaba enfraquecendo o movimento para a derrubada do regime. Assim, o conflito hoje em dia é muito mais do que a disputa entre grupos anti e pró-Assad.

Os rebeldes islamitas e a Frente al-Nusra, ligada diretamente à Al-Qaeda, enfrentam diretamente outro grupo oposicionista, o Estado Islâmico (EI), terroristas xiitas conhecidos por sua extrema violência e tortura de prisioneiros. O EI, inclusive, tomou grandes áreas da Síria e do vizinho Iraque, declarando a formação de um “califado” em junho de 2014, no que se convencionou chamar de “guerra dentro da guerra”, dando uma nova dimensão ao conflito.

Outro grupo que também tem tomado grandes áreas do país são os curdos, minoria étnica presente em algumas regiões do país e inimigos declarados da Turquia.

Há evidências de que todos os grupos participantes na guerra cometeram crimes, como assassinato, tortura, estupros e desaparecimentos forçados. Forças ligadas ao regime são acusadas de bloquear estradas e controlar regiões, impedindo o fluxo de alimentos e ajuda humanitária aos civis como tática de guerra.

A Liga Árabe, formada por estados árabes, como Egito, Arábia Saudita e Líbano, bem como a ONU, Estados Unidos e União Europeia condenaram desde o início a violência e a repressão do governo sírio aos rebeldes, sem, porém, interferir diretamente no conflito até o momento. Por outro lado, países como Rússia, Irã e China já se posicionaram a favor do regime de Assad e sempre se manifestaram contrários a qualquer tipo de sanção internacional ao país, já proposta em alguns momentos.

Em 2013, no que foi considerado, até o momento, o ponto alto da guerra, um ataque com armas químicas nos arredores de Damasco, atribuído às forças de Al-Assad, deixou mais de 1.400 mortos. Apesar da grande comoção internacional, países ocidentais optaram por não atacar o país, em troca do compromisso de Assad em destruir todas as armas desse tipo existentes em território sírio. Infere-se que, até o momento, 1/3 do arsenal químico da Síria tenha sido destruído.

Já em 2015, com o avanço do EI, a Rússia ampliou seu apoio ao regime, enviando tropas para o país. Após os atentados de Paris, o Reino Unido decidiu unir-se à coalizão norte-americana, opositora.

Situação atual

O ano de 2016, o 5º desde que o conflito teve início, já foi marcado pelo avanço das tropas russas e sírias sobre Aleppo, 2ª principal província do país, e por massacres do EI em Homs e Damasco, deixando mais de 200 mortos. Em março, porém, a Rússia anunciou a retirada de suas tropas do país e um cessar fogo foi iniciado.

A ONU tenta, desde então, mediar mais uma vez uma negociação entre o governo e a oposição do país, com o objetivo de dar fim a um conflito que parece estar longe do término.

Após 4 anos e meio do início da guerra na Síria, infere-se que mais de 250 mil pessoas tenham morrido e mais de 11 milhões de civis sírios tenham sido forçados a deixar suas casas. Até o momento, mais de 4 milhões de sírios estão refugiados em diversos países do mundo árabe e da Europa, no que está sendo considerada a maior crise de refugiados desde o término da Segunda Guerra Mundial.

Tudo indica que a guerra na Síria está longe do fim. A fome e a miséria geradas pelo conflito têm sido usadas como estratégia de guerra pelos diversos grupos participantes, o que acaba punindo, especialmente, a população civil.

Conseguiu entender as motivações e desdobramentos da guerra na Síria? Esse conteúdo foi relevante para você? Assine a nossa newsletter para receber todas as novidades publicadas em nosso blog diretamente em seu e-mail e não perca mais nenhum post interessante!

A Guerra da Síria é um dos temas mais discutidos do momento. Portanto, para quem está se preparando para exames como o Enem, é fundamental entender o conflito e seus impactos no cenário global.

A questão é bastante complexa e, como ainda está em desenvolvimento, é difícil entender quais são as motivações de todos esses fatos e quais são os países envolvidos.

Mas, como o tema interessa a várias disciplinas ao mesmo tempo, podendo ser cobrado tanto na redação, quanto em qualquer área das Ciências Humanas, neste artigo, veremos tudo que é necessário para dominar o assunto, passando pelos seguintes tópicos:

  • Motivo da guerra na Síria: como tudo isso começou;
  • Guerra da Síria: resumo (2011 a 2017);
  • Guerra na Síria: cidade de Alepo;
  • Guerra na Síria e refugiados;
  • Como está a guerra na Síria atualmente.

Preparado? Então vamos começar logo, porque temos muitos assuntos para colocar em dia.

Guerra na Síria: como tudo começou?

Em princípio, a Guerra da Síria foi motivada pelo descontentamento de grande parte da população com o governo do ditador Bashar al-Assad, em 2011, quando ocorreram manifestações consideradas pacíficas.

Naquela época, o Oriente Médio atravessava uma onda de protestos que ficou conhecida como Primavera Árabe. No entanto, o governo sírio reprimiu duramente o movimento em seu território.

Isso gerou duas consequências importantes que originaram a guerra:

  • Primeiro: grupos de oposição ao governo resolveram partir para a luta armada, dando início a Guerra Civil na Síria e abrindo espaço para a proliferação da Al-Qaeda e do Estado Islâmico no país.
  • Segundo: tentando se aproveitar do caos, vários países começaram a interferir no conflito, apoiando ou atacando o governo sírio, conforme seus próprios interesses. Isso complicou a situação e fez com que a guerra se estendesse por ainda mais tempo.

É claro que isso parece um pouco confuso, afinal, que interesses são esses para tantos países se envolverem em um conflito interno da Síria? Para entender isso, é preciso separar os grupos, para verificar os objetivos de cada um.

Quais são os motivos da Guerra na Síria?

Temos quatro grupos principais envolvidos na Guerra da Síria, além de vários atores com interesses independentes, dos quais dois são mais importantes.

Grupo 1: governo sírio, Rússia e Irã

  • O objetivo do governo sírio é o mais fácil de entender: se manter no poder;
  • A Rússia é antiga aliada de Bashar al-Assad e também conta com o governo sírio para impedir a construção de gasodutos na região e, assim, manter seu monopólio de fornecimento de gás natural para a Europa, entre outros motivos;
  • O Irã tomou o partido do governo sírio mais recentemente, mas seu principal objetivo é fortalecer grupos armados daquele país, que se opõem a Israel.

Grupo 2: Rebeldes sírios e curdos

Pelo interior do país, vários grupos diferentes entraram no conflito, nem sempre lutando com os mesmos objetivos. Podemos dividi-los em dois:

  • Rebeldes civis de origem síria, que lutam ao lado de voluntários de várias partes do mundo árabe;
  • Rebeldes curdos, uma etnia que luta praticamente isolada no norte do país, por ter pouco apoio do exterior.

Grupo 3: al-Qaeda e Estado Islâmico

Radicais islâmicos que se infiltraram no conflito, tentando aproveitar o caos, para dominar a região e obter recursos para continuar sua luta particular contra o ocidente.

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Grupo 4: Estados Unidos e aliados

Os americanos e seus aliados têm interesses muito diversificados, mas podemos citar alguns mais importantes:

  • Derrubar o governo sírio e substituí-lo por outro que seja mais “amigável” com o ocidente e menos com a Rússia;
  • Eliminar um dos governos que se opõe a construção de gasodutos e oleodutos americanos ou europeus na região;
  • Assegurar e manter a hegemonia militar americana e ocidental sobre o Oriente Médio, além de conter o radicalismo do Estado Islâmico.

Países independentes

  • Israel: a partir do envolvimento do Irã no conflito, passou a bombardear pontos estratégicos ocupados pelos iranianos em território sírio, com o objetivo de expulsá-los da região;
  • Turquia: tendo um longo histórico de perseguição aos curdos, aproveitou o caos na Síria para tomar e ocupar posições dominadas pelos rebeldes curdos no norte da Síria, para evitar que se fortaleçam e criem um Estado curdo na região.

Guerra da Síria: Resumo (2011 a 2018)

2011: durante a Primavera Árabe, manifestantes contrários ao regime de Assad são reprimidos e tem início a Guerra Civil na Síria.

2012: com o caos instalado no país, aumenta a presença de grupos islâmicos radicais como al-Qaeda e Estado Islâmico.

2013: com a intensificação da guerra, começam as notícias sobre ataques químicos contra a população civil, com o ocidente culpando o governo sírio, que por sua vez, culpa os rebeldes.

2014: o Estado Islâmico se fortalece e ocupa diversas cidades sírias. Em resposta, Estados Unidos e Rússia bombardeiam o país. Os russos, em apoio ao regime de Assad e os americanos, contra ele.

2015: apesar dos bombardeios, o Estado Islâmico promove decapitações e assassinatos em massa nas cidades ocupadas. Os refugiados de guerra aumentam e a crise se torna um problema mundial.

2016: com o apoio russo, o governo sírio consegue retomar e controlar várias cidades e pontos estratégicos do país.

2017: com o Estado Islâmico praticamente derrotado, Bashar al-Assad ganha força para se manter no poder, mas as negociações de paz não avançam e a Guerra da Síria se torna mais complexa, com a presença de forças turcas, iranianas e israelenses na região.

2018: Neste ano foi registrado o menor número de mortos desde o início da Guerra na Síria, sendo contabilizados cerca de 20 mil mortos. Este também foi o ano que, com a ajuda de seus aliados Irã e Rússia, o presidente Bashar Al-Assad reconquistou feudos jihaditas.

Guerra na Síria: cidade de Alepo

Um detalhe importante para que você entenda a guerra na Síria é a situação de Alepo, uma das maiores e mais industrializadas cidades do país, que foi disputada durante anos por vários grupos diferentes.

Como a guerra foi intensa na região, só ficou na cidade quem não conseguiu sair, ou estava com algum dos grupos combatentes. A cidade, inclusive, é uma das principais origens de refugiados sírios.

No momento, o governo sírio controla a cidade e alguns cidadãos começam a retornar aos poucos, em um esforço ainda tímido de reconstrução, principalmente porque no entorno ainda há muitos grupos rebeldes em atuação.

Guerra na Síria e Refugiados

Além da guerra em si, os massacres promovidos por radicais islâmicos, aliados aos intensos e constantes bombardeios e ataques com armas químicas, criaram uma legião incalculável de refugiados, mas as estimativas da ONU apontam para:

  • 6 milhões de refugiados;
  • 6 milhões de desabrigados;
  • 400 mil mortos e desaparecidos.

Oficialmente, Turquia, Jordânia, Líbano e Alemanha receberam juntos, mais de 5,7 milhões de refugiados, mas muitos países europeus se recusaram a abrigar estas pessoas, na quantidade com que chegavam ao continente.

Guerra na Síria: qual é a situação atual?

Para muitos analistas, Bashar al-Assad e a Rússia já venceram a Guerra da Síria, mas ainda há muitos combates acontecendo em vários pontos do país, além de um impasse político e militar, já que americanos e aliados não parecem dispostos a se retirar do país.

Além disso, a crise dos refugiados não está nem perto de ser resolvida e outras tensões estão se desenvolvendo, com a participação direta de Israel, Irã e Turquia em partes do país.

Resumindo, ainda que a Guerra da Síria possa estar se encaminhando para o final, não há como saber quando que isso ocorrerá, porque os grandes interesses políticos, econômicos e militares por trás da guerra permanecem sem solução.

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