Por que contar histórias na educação infantil

A contação de histórias para crianças é, certamente, uma das primeiras maneiras de transmitir conhecimento e estimular a imaginação dos alunos. Por essa razão, a prática de contar histórias pode – e deve – ser usada nas escolas, principalmente no segmento da educação infantil. 

Essa atividade colabora com a reformulação do espaço de sala de aula, incentiva a criatividade e a manifestação de diversas formas de expressão. A contação de histórias é uma prática pedagógica que colabora para o desenvolvimento da escrita e da oralidade, além de desenvolver a percepção de representações simbólicas. 

Confira neste artigo os benefícios da contação de histórias para estimular a expressão, a criatividade e a interação dos alunos na escola! 

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Manutenção da cultura pela contação de histórias

Contar histórias é uma arte que está presente na sociedade há muito tempo. A oralidade é um mecanismo antigo de propagação cultural. Por meio dela, expressamos sentimentos, conhecimentos e compartilhamos experiências. 

Em seu sentido mais amplo, a contação de histórias é um mecanismo de grande importância para a manutenção de histórias, costumes e outras narrativas que compõe o folclore

A maneira como as histórias são contadas também colabora para o impacto delas nas pessoas. A entonação da voz, por exemplo, pode definir a maneira como a informação será recebida e transmitida num momento futuro. 

Na cultura africana podemos citar os Griôs: mestres que preservam e transmitem as histórias de seus povos e da formação de sociedades há séculos.

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A importância da contação de histórias para a educação infantil

Associação de vivências

Ao ouvir ou ler uma história, a criança pode fazer associações com suas próprias vivências. O processo de identificação com as situações presentes nas histórias faz com que a criança desenvolva meios para lidar com as suas dificuldades, sentimentos e emoções. 

Esta ação é um estímulo à memória porque resgata as experiências de cada aluno, seja por meio da bagagem cultural ou de vida. O aluno consegue relacionar o texto com as histórias que atravessam sua família.   

É o primeiro passo para que a criança encontre na leitura um espaço para relações de memórias e afetos, além das possibilidades criativas. 

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Incentivo à leitura

A leitura é enriquecedora para a formação do indivíduo. Além de ampliar o vocabulário e os campos de conhecimento, a leitura é um grande exercício para a imaginação e a ludicidade. Ao ouvir uma história com atenção, a mente humana tende a projetar no campo da imaginação o enredo da mesma – e o mesmo acontece com a leitura.

Conviver com a oralidade desde muito cedo pode aguçar o desejo pela leitura. E, nesse sentido, o universo de criatividade e curiosidade é expandido. A contação de histórias envolve o livro como objeto de suporte e demonstra, na prática, os caminhos infinitos que a leitura abre na mente.

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Liberdade de expressão

Engana-se quem acha que ouvir histórias é um ato apenas de recepção. As reações que temos ao ouví-las contribuem, por exemplo, para troca de visões. 

A contação de histórias está sempre aberta para o compartilhamento de opiniões e vivências de cada um. Por isso, ela provoca as formas individuais de expressão e observação do mundo. 

Além de conduzir a leitura, o professor pode incentivar a participação dos alunos com a leitura interpretativa e desenvolvimento de expressões diversas. O uso de recursos dramáticos e cenográficos podem dar ainda mais liberdade para que a história esteja por toda a sala e os alunos embarcarem na narrativa. 

Combate ao Bullying 

A própria temática de uma história pode abrir espaço para que os alunos falem sobre temas que envolvem sua vida escolar, como o bullying e o cyberbullying. Nas turmas mais novas, a possibilidade de expressão e interação com assuntos que envolvem as relações humanas pode evitar problemas de convivência e promover respeito. 

Uma dica é apostar em recursos sonoros ou visuais que possam instigar os alunos. Pequenos objetos que façam barulho, alteração de iluminação, adereços, fantoches e elementos de cenário colaboram para traduzir o texto escrito para sua interpretação. 

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Assimilação de linguagens

A contação de histórias permite o contato com diversas linguagens e formas de narrar um acontecimento. Se as experiências pessoais das crianças colaboram para a forma como elas percebem e valorizam uma histórias, elas também colaboram para a construção do imaginário. 

O mesmo já acontecia com as radionovelas, na forma como as pessoas projetavam os cenários e a aparência das personagens na mente. 

Você pode fazer os alunos perceberem diversas formas de contar e compreender uma história, aguçando os sentidos e estimulando a participação ativa deles na contação fazendo perguntas, por exemplo. Esse processo é importante para a interpretação textual dos alunos.

Quebre barreiras na contação de histórias

É importante quebrar algumas barreiras na contação de histórias. É preciso relembrar as diversidades de cada aluno e partilhar dessas vivências. Busque incluir os alunos na maneira como percebem e contam as histórias. 

Partilhe as experiências! Conte uma história com olhos fechados, estimule a imaginação dos alunos e peça-os para retratarem a sensação que tiveram ao ouvir a história. 

Também é importante falar todas as línguas, fazendo atividades de contação de histórias em inglês, espanhol e em Libras (segunda língua oficial do Brasil)!

A Língua Brasileira de Sinais é muito expressiva e contribui para a inclusão linguística do aluno surdo ou deficiente auditivo. Chame um intérprete para apresentar uma poesia ou história, ou busque uma formação continuada para aprender a linguagem. 

A Libras também é interessante para demonstrar a forma mais antiga de comunicação que o homem carrega: a expressão corporal. Use as potências da comunicação corporal integrando o uso da boca, das mãos e dos braços, por exemplo. 

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A ludicidade pode (e deve) ser inclusiva!

Você já utiliza a contação de histórias na sua escola? Conte nos comentários como os alunos reagem à essa atividade e compartilhe o artigo com um educador!

Atualizado pela WPensar em 24 de novembro de 2020
Escrito por Janine Rodrigues da Piraporiando

A contação de histórias é uma forma lúdica de transmissão de conhecimentos e um poderoso estímulo à imaginação. Por auxiliar no desenvolvimento físico, cognitivo e socioemocional das crianças, se destaca como uma importante aliada da educação infantil.

Considera-se uma das maneiras mais antigas de difusão de valores tidos como necessários para o estabelecimento de uma convivência harmoniosa entre os humanos. Assim, mais do que uma ação educativa prazerosa, ela proporciona aos pequenos uma compreensão alargada do mundo, bem como a construção das identidades culturais via memória oral.

Diferentes modos de expressão são estimulados, o que facilita as interações e até o entendimento das próprias emoções. Tudo isso sem falar que a atividade ajuda a reinventar o espaço da sala de aula, tornando-o mais divertido e atrativo aos sentidos.

Para saber mais sobre a diferença entre ler e ouvir narrativas, os benefícios da contação de histórias para a educação infantil e como introduzi-la no ambiente escolar, continue a leitura!

Qual a diferença entre ler e ouvir histórias? 

O contador é aquela figura que atrai a atenção das crianças e dos jovens, porque apresenta o mundo da literatura de uma forma bem diferente da usual. Ele sabe usar a voz e o corpo para dar vida às histórias que narra, permitindo que o ouvinte se identifique e seja capaz de elaborar sentimentos como raiva, medo, alegria etc.

É comum que o texto escrito seja usado como suporte, no entanto, a contação de histórias abre brechas para o improviso e a imaginação daquele que está contando. A prática se faz no momento presente, a partir da interação entre o contador e o ouvinte, ou seja, esse último manifesta um igual protagonismo no processo.

Quais os benefícios da contação de histórias na educação infantil? 

Não há dúvidas de que a atividade é bastante animada, divertida e prazerosa e que transforma o espaço da sala de aula. No entanto, o âmbito educativo também deve ser ressaltado, uma vez que favorece o desenvolvimento cognitivo, físico e socioemocional das crianças.

Nesse contexto, a contação de histórias assume um lugar de suma importância para a educação infantil. A seguir, vamos conhecer os principais benefícios da prática!

Transmissão cultural  

A oralidade é uma ferramenta muito antiga de transmissão da cultura, dos conhecimentos e das experiências entre as gerações, elementos que mantêm vivas as tradições e os costumes de cada grupo. Esse arcabouço de referências culturais permite a orientação da criança no mundo e a construção de suas próprias identidades.

Associação de vivências 

Ao ouvir uma história, os pequenos associam aquilo que é narrado às suas próprias vivências. Esse processo de identificação colabora para que eles encontrem recursos para lidar com situações, conflitos e emoções. A contação de histórias também é um importante meio de resgatar as memórias afetivas.

Incentivo à leitura 

Aqueles que ouvem histórias desde cedo costumam se tornar leitores vorazes! A leitura, por sua vez, é muito valiosa no processo formativo dos indivíduos, já que amplia o vocabulário, colabora no desenvolvimento de habilidades socioemocionais e estimula a curiosidade, a imaginação e a criatividade.

Apropriação de diferentes linguagens 

A contação de histórias permite o contato com diferentes linguagens e maneiras de contar um mesmo acontecimento. A articulação entre corpo, voz e recursos cênicos possibilita o alargamento do imaginário e dos sentidos, assim como ajuda na interpretação textual. Vale lembrar que é uma prática interativa, isto é, exige a participação ativa das crianças na construção da narrativa.

Estímulo à expressão 

Como já foi dito, ouvir histórias não é um ato puramente receptivo, muito pelo contrário, nós reagimos a elas de diversas formas. Ao passo que provoca formas individuais de reação, expressão e observação do mundo, é fundamental que a contação se transforme em um espaço de troca, de compartilhamento. Os educadores podem estimular a participação por meio de uma leitura interpretativa ou abordando temas condizentes com as vivências dos alunos.

Como adotá-la nas escolas? 

Já verificamos por que a contação é um valioso instrumento de aprendizagem para crianças. Então, confira abaixo algumas dicas de como incorporá-la no cotidiano escolar.

Escolha um espaço físico adequado

Opte por ambientes aconchegantes e tranquilos, como a própria sala de aula. Se decidir fazer a contação em lugares externos, certifique-se de que não há muito trânsito de pessoas ou outros elementos que possam causar distração.  Em virtude da pandemia de Covid-19, muitas aulas estão sendo feitas no formato on-line, para tanto, solicite aos pais que preparem um local da casa que possibilite a concentração e a interação da criança com as histórias que estão sendo contadas.

Selecione histórias com sentido 

Tenha sempre em mente quem são os seus ouvintes na hora de escolher as histórias que vai contar. Considere a faixa etária e os interesses. Uma dica legal é começar a construir um banco de histórias, mantendo-as em uma pasta ou livro, para que tenha em mãos várias opções disponíveis para escolher de acordo com o seu público.

Memorize os tópicos mais importantes 

Para prender a atenção da garotada, é essencial que as histórias sejam narradas com fluidez e espontaneidade. Por isso, não se preocupe em decorá-la por completo. Memorize apenas aquelas partes que considera importantes e deixe o improviso tomar conta do resto. Para criar imagens na mente dos pequenos, reforce aquelas palavras interessantes com sua voz e gestos.

Separe alguns objetos de apoio 

Os recursos cenográficos contam muito na contação de histórias, pois estimulam a fantasia e ajudam a dar vazão aos sentimentos das crianças. Assim, separe objetos e acessórios diversos e, de preferência, bem coloridos. Livros infantis, fantoches (ou dedoches) e mesmo materiais de uso cotidiano são excelentes alternativas.

Use e abuse das expressões corporais 

O corpo e a voz são as ferramentas básicas do contador de histórias. As expressões faciais e as diferentes vozes dos personagens são os elementos que darão forma à narrativa, fazendo com que ela adquira sentido para as crianças. Vale lembrar que para ser um bom narrador, é preciso ser antes um bom leitor. De resto, a prática leva à perfeição!

Você já ouviu sobre o #ContEi pra você? Ele é um conteúdo de contação de histórias para toda a família baseado nos materiais do Programa Escola da Inteligência. Os episódios são liberados todos os sábados no Instagram da Escola da Inteligência e no YouTube EI Kids. Pais, avós, tios e tias, chamem as crianças para assistirem juntos, se divertirem e ainda aprenderem sobre as competências socioemocionais com os personagens da EI!

Por fim, se esse assunto despertou o seu interesse e você gostaria de saber um pouco mais sobre a importância da contação de histórias na educação infantil, entre em contato para, juntos, construirmos essa história!

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