No trecho a comparação dos sertanejos aos mestiços revelada em o Os Sertões indica

No trecho a comparação dos sertanejos aos mestiços revelada em o Os Sertões indica

INSTRUÇÃO: Leia atentamente o texto a seguir, que servirá de base para as respostas das questões 01 a 04.Os sertões A Serra do Mar tem um notável perfil em nossa história. A prumo sobre o Atlântico desdobra-se como a cortina de baluarte desmedido. De encontro às suas escarpas embatia, fragílima, a ânsia guerreira dos Cavendish e dos Fenton. No alto, volvendo o olhar em cheio para os chapadões, o forasteiro sentia-se em segurança.Estava sobre ameias intransponíveis que o punham do mesmo passo a cavaleiro do invasor e da metrópole.Transposta a montanha, arqueada como a precinta de pedra de um continente. Era um isolador étnico e um isolador histórico. Anulava o apego irreprimível ao litoral, que se exercia ao norte; reduzia-o a estreita faixa de mangues e restingas, ante a qual se amorteciam todas as cobiças, e alteava, sobranceira às frotas, intangível no recesso das matas, a atração misteriosa das minas… Ainda mais o seu relevo especial torna-a um condensador de primeira ordem, no precipitar a evaporação oceânica. Os rios que se derivam pelas suas vertentes nascem de algum modo no mar. Rolam as águas num sentido oposto à costa.Entranham-se no interior, correndo em cheio para os sertões. Dão ao forasteiro a sugestão irresistível das entradas. A terra atrai o homem; chama-o para o seio fecundo; encanta-o pelo aspecto formosíssimo; arrebata-o, afinal, irresistivelmente, na correnteza dos rios.Daí o traçado eloquentíssimo do Tietê, diretriz preponderante nesse domínio do solo. Enquanto no S. Francisco, no Parnaíba, no Amazonas, e em todos os cursos d’ água da borda oriental, o acesso para o interior seguia ao arrepio das correntes, ou embatia nas cachoeiras que tombam dos socalcos dos planaltos, ele levava os sertanistas, sem uma remada, para o rio Grande e daí ao Paraná e ao Paranaíba. Era a penetração em Minas, em Goiás, em Santa Catarina, no Rio Grande do Sul, no Mato Grosso, no Brasil inteiro. Segundo estas linhas de menor resistência, que definem os lineamentos mais claros da expansão colonial, não se opunham, como ao norte, renteando o passo às bandeiras, a esterilidade da terra, a barreira intangível dos descampados brutos. Assim é fácil mostrar como esta distinção de ordem física esclarece as anomalias e contrastes entre os sucessos nos dous pontos do país, sobretudo no período agudo da crise colonial, no século XVII.Enquanto o domínio holandês, centralizando-se em Pernambuco, reagia por toda a costa oriental, da Bahia ao Maranhão, e se travavam reecontros memoráveis em que, solidárias, enterreiravam o inimigo comum as nossas três raças formadoras, o sulista, absolutamente alheio àquela agitação, revelava, na rebeldia aos decretos da metrópole, completo divórcio com aqueles lutadores. Era quase um inimigo tão perigoso quanto o batavo. Um povo estranho de mestiços levantadiços, expandindo outras tendências, norteado por outros destinos, pisando, resoluto, em demanda de outros rumos, bulas e alvarás entibiadores.Volvia-se em luta aberta com a corte portuguesa, numa reação tenaz contra os jesuítas. Estes, olvidando o holandês e dirigindo-se, com Ruiz de Montoya a Madri e Díaz Taño a Roma, apontavam-no como inimigo mais sério.De feito, enquanto em Pernambuco as tropas de van Schkoppe preparavam o governo de Nassau, em São Paulo se arquitetava o drama sombrio de Guaíra. E quando a restauração em Portugal veio alentar em toda a linha a repulsa ao invasor, congregando de novo os combatentes exaustos, os sulistas frisaram ainda mais esta separação de destinos, aproveitando-se do mesmo fato para estadearem a autonomia franca, no reinado de um minuto de Amador Bueno.Não temos contraste maior na nossa história. Está nele a sua feição verdadeiramente nacional. Fora disto mal a vislumbramos nas cortes espetaculosas dos governadores, na Bahia, onde imperava a Companhia de Jesus com o privilégio da conquista das almas, eufemismo casuístico disfarçando o monopólio do braço indígena.(EUCLIDES DA CUNHA. Os sertões. Edição crítica de Walnice Nogueira Galvão. 2 ed. São Paulo: Editora Ática, 2001, p. 81-82.)1. Por que Euclides da Cunha considera o rio Tietê fundamental para a exploração colonial e qual é a sua situação nos tempos atuais, em seu trecho paulistano?

RESPOSTAO texto de Euclides da Cunha descreve a utilização do Rio Tietê no processo de ocupação do interior do território brasileiro. A descrição do autor detalha as facilidades encontradas pelos desbravadores paulistas no acesso a regiões distantes do litoral, em direção ao Centro-oeste e Sul do atual território nacional. O fato de o Tietê serpentear em direção oposta ao mar, possuir correnteza e ser bastante navegável facilitou em muito esse processo, tanto para bandeirantes quanto para as monções que deixavam São Paulo rumo ao interior.

Atualmente o Rio Tietê perdeu sua possibilidade de navegação em trechos importantes, em especial no seu trajeto urbano. A poluição, o assoreamento e até mesmo a falta de capacidade política ou mesmo de interesse do poder público inviabilizam a utilização do rio para fins de transporte de carga e pessoas.

2. Segundo o texto de Euclides da Cunha, houve duas colonizações portuguesas no Brasil, diferentes e contrastantes. Escreva sobre as diferenças apresentadas pelo texto entre a colonização do norte e a do sul, no que se refere à relação dos colonos com a metrópole portuguesa.
RESPOSTA:A colonização portuguesa foi bastante diversa se comparada à realidade nordestina e a sulista. No Nordeste, a presença holandesa foi determinante para a reestruturação da produção da cana-de-açúcar. Houve nesse contexto certa conivência dos senhores de engenho frente à política generosa de Maurício de Nassau e a WIC. As bases tradicionais do latifúndio monocultor e escravista foram mantidas e colocadas a serviço do novo senhor em terras brasileiras, ou seja, o “batavo”. No extremo sul da colônia, o isolamento geográfico e étnico, foi responsável pelo surgimento de um tipo de colono rebelde que questionava as determinações tanto da coroa portuguesa quanto da Igreja Católica. Embates constantes desde a Aclamação efêmera do rei Amador Bueno em São Paulo até os choques entre colonos e jesuítas, tendo como elemento propulsor a escravização do indígena.
3. Sobre o “domínio holandês” citado por Euclides da Cunha, explique os interesses econômicos em jogo e identifique os grupos sociais envolvidos nos “choques memoráveis” travados no período dessa ocupação.RESPOSTAA ocupação holandesa no Nordeste brasileiro está relacionada ao contexto da União Ibérica e às disputas envolvendo os governos de Espanha e Holanda. Quando o governo holandês entra em guerra contra o Império Espanhol, esse determina que os flamengos não poderiam mais fazer o comércio do açúcar com o Brasil, indiretamente sobre controle espanhol. Esse impedimento determina a ação da WIC no Nordeste. A ocupação de pouco mais de duas décadas (1630-1654) isola a região e transforma completamente as relações comerciais estabelecidas até então entre Portugal e sua colônia. Os choques para a expulsão dos holandeses envolveram vários elementos sociais como destaca o autor e compõem um dos elementos definidores da identidade pernambucana. No entanto, os principais envolvidos na saída dos holandeses da região foram os grandes proprietários que viram seus interesses ameaçados pela política opressiva da WIC depois da demissão de Maurício de Nassau em 1644. Estudos mais recentes como os realizados pelo historiador Evaldo Cabral, sugerem inclusive um acordo entre os portugueses e holandeses para a definitiva saída dos holandeses da região.4. Processos de colonização distintos, como os apresentados pelo texto, dificultaram a integração econômica do vasto território brasileiro. Qual foi a contribuição da exploração de metais preciosos, no século XVIII, e a da industrialização, no século XX, para uma maior integração econômica e territorial do país?
RESPOSTA:
A economia mineradora foi importante fator de integração econômica na medida em que transformou a região das minas em polo de atração de imigrantes (principalmente reinóis) assim como de comerciantes de várias partes da colônia. Assim, o gado nordestino e sulista, as tropas de mulas de São Paulo e as monções fluviais tomavam a direção das minas para atender uma população cada vez maior, garantindo a ocupação do interior do território colonial. A integração regional ocorreu à revelia da metrópole portuguesa e dinamizou de maneira significativa a sociedade brasileira. Já a industrialização no século XX, possibilitou a integração através de estradas para escoamento da produção e circulação de mercadorias e pessoas, além de criar polos de atração de mão-de-obra e investimentos na região Sudeste. A demanda por matérias primas para movimentar a indústria também contribuiu de maneira indireta para a integração de diversas áreas do território nacional. Ao mesmo tempo, no entanto, essa integração territorial conviveu com o agravamento do desequilíbrio regional, pois as regiões Norte e Nordeste, salvo exceções, foram relegadas a um segundo plano.

5. (UFRJ)- “Canudos ficava num cenário que lembrava as paisagens descritas na Bíblia: uma região árida repleta de caatingas, rodeada por cinco serras ásperas e atravessada por um rio, o Vaza-Barris. Decidido a permanecer naquela autêntica fortaleza natural, e isso não deve ter escapado à percepção de Conselheiro, ele e seu grupo entraram em ação para construir uma comunidade onde estivessem livres do incômodo das autoridades religiosas católicas e políticas, bem como das leis republicanas, dos “coronéis”, dos juízes, dos impostos, da justiça arbitrária, da política etc”. (COSTA, Nicola S. Canudos – Ordem e Progresso no Sertão. São Paulo, Moderna, 1990.)O movimento de Canudos (1896-97), liderado pelo beato Antônio Vicente Mendes Maciel, o “Antônio Conselheiro”, no sertão nordestino, é um dos mais conhecidos exemplos de movimentos místico-populares que marcou o início da República no Brasil. As problemáticas sociais que deram vida àquele movimento permanecem, até hoje, em grande parte sem solução.Cite e justifique dois motivos pelos quais o povoado de Canudos incomodava as “autoridades políticas locais e religiosas”.

RESPOSTA:
Permitir o acesso a terra e combater a injustiça. Ao permitir o acesso a terra a experiência de Canudos acabava na prática com a dependência dos sertanejos aos favores do coronel destruía o esquema de manutenção do poder das elites políticas ao reagir em relação a sujeição da população pobre ao mando dos coronéis e padres representantes do poder vigente

6. Porque Euclides da Cunha afirma, na Nota Preliminar de Os Sertões, que a Campanha de Canudos “foi, na significação integral da palavra, um crime”

RESPOSTA:

O crime reside na incompreensão de Canudos por parte do Litoral. Aquele povo em um cenário de miséria e abandono, em um lugar perdido entre a caatingas e serras chamada Canudos disparou o grito do país até então não conhecido. O grito não pôde ser ouvido porque não foi entendido pelos dirigentes que preferiram suplantá-los com armas, sufoca-los com balas.

7. (FUVEST) No decênio de 1930 houve uma renovação do romance brasileiro de tema regional, que passou de descritivo e sentimental a crítico e realista.a) Lembre um romance que pode exemplificar essa renovação. Justifique sua escolha com elementos desse romance.b) A obra OS SERTÕES, de Euclides da Cunha, está na gênese dessa transformação. Por quê?

RESPOSTAS:

a) VIDAS SECAS, de Graciliano Ramos, pois trata de forma crítica e realista do problema da seca e da vida dura dos retirantes.
b) Porque se ocupa também de retratar criticamente a realidade, ainda que influenciado pelo determinismo do século XIX.

8. O episódio de Canudos resultou em um dos clássicos da literatura brasileira: Os Sertões. Euclides da Cunha, seu autor, na época era jornalista e acompanhou a luta no próprio local como correspondente do jornal O Estado de S. Paulo.

Apesar de demonstrar preconceitos de “civilizado” falando de “incultos” e apesar de dar ênfase exagerada às condições geográficas e étnicas, configurando um determinismo geográfico e racial nas suas explicações, Euclides da Cunha deu atenção ao caráter comunitário da economia de Canudos. Deixou claro que o movimento não era isolado, revelando a revolta desesperada das populações miseráveis ignoradas por um sistema sociopolítico que lhes exigia fidelidade sem lhes dar nada em troca.(NADAI; NEVES, 1995, p. 271).

Os movimentos messiânicos — expressões dos desequilíbrios socioeconômicos entre o litoral e o interior do Brasil no final do século XIX — ocorreram, sobretudo, em contextos rurais, dentre os quais o arraial de Canudos representa uma das mais importantes experiências.

Com base nessas considerações e no conteúdo do texto, cite uma forma de sobrevivência econômica e uma prática espiritual da população referida.

RESPOSTA:

Sobrevivência econômica — produção agrícola de subsistência, comércio com localidades próximas.

Prática espiritual — messianismo / catolicismo popular / atuação profética de Antônio Conselheiro.  

9. NA Obra lida,  o autor ao descrever o sertanejo, apresenta como contraditórios certos aspectos de sua constituição física e seu comportamento. Comente essa contradição.

RESPOSTA:

Por um lado, o sertanejo mostra-se forte e impulsivo: por outro, mostra-se frágil, fisicamente, e apático

10.O autor critica a guerra em si e afirma que outra “guerra mais demorada e digna” deveria ser travada. Qual é essa guerra?

RESPOSTA:

A que visasse trazer o sertanejo para a civilização, incorporá-lo a vida do país.

11. Na obra ”Os Sertões”, de Euclides da Cunha revela influência da época e, ao mesmo empo, o empenho em chegar à verdade dos fatos. Cite da obra em questão o argumento que comprova a influência de teorias raciais existentes no começo do século XX. 

RESPOSTA

Não tem o raquitismo exaustivo dos mestiços neurastênicos do litoral.

12. Ao dividir a obra em três partes A terra, O homem e A luta mostra a intensão do autor em afirmar que a própria estrutura da obra revela uma concepção naturalista. Explique.

RESPOSTA:

Porque a estrutura tem relação com o enfoque determinista do autor: o meio determina o homem e da interação entre homem e meio resulta a guerra

13. Euclides da Cunha não aceita a versão oficial dada pelo Exército: a de que Canudos era um foco monarquista. Na visão do autor, quais tinham sido as causas daquele fenômeno social?

RESPOSTA:

A miséria, a ignorância, o fanatismo religioso, advindo das duas primeiras, e marginalização política

14. O livro Os sertões foi publicado pela primeira vez em 1902 e recebeu grande atenção da crítica e do público. Leia o trecho a seguir e assinale a opção falsa.

“Canudos tinha muito apropriadamente, em roda, uma cercadura de montanhas. Era um parêntesis; era um hiato. Era um vácuo. Não existia. Transposto aquele cordão de serras, ninguém mais pecava.” (Os sertões. São Paulo: Circulo do Livro, 1975. p. 444)

a)Trata-se de um romance modernista, em que a personagem central, Fabiano, vive uma vida miserável no sertão nordestino, em companhia de sua esposa e de seus dois filhos.

b)Este livro foi escrito por João Cabral de Melo Neto, escritor pernambucano, cuja obra aborda com frequência temas e personagens vinculados ao sertão nordestino.

c) O romance de Euclides da Cunha tem como centro um episódio da história brasileira, conhecido como a Guerra de Canudos, que ocorreu no sertão baiano, no final do século passado, e tinha como principal líder Antônio Conselheiro.

d)É uma peça de teatro, na qual as personagens centrais são jagunços e fanáticos que enfrentam o exército brasileiro no sertão baiano.

e)O poema épico escrito por Euclides da Cunha, em versos decassílabos, é uma obra consagrada da literatura brasileira e apresenta descrições muito líricas da paisagem nordestina, acentuando seus elementos fantásticos.

15. (PUC-RIO) Para responder à questão, ler o fragmento que segue.

“A travessia foi penosamente feita. O terreno inconsistente e móvel fugia sob os passos aos caminhantes; remorava a tração das carretas absorvendo as rodas até ao meio dos raios; opunha, salteadamente, flexíveis barreiras de espinheirais, que era forçoso

destramar a facão; e reduplicava, no reverberar intenso das areias, a adustão da canícula. De sorte que ao chegar à tarde, à “Serra Branca”, a tropa estava exausta. Exausta e sequiosa. Caminhara oito horas sem parar, em pleno arder do sol bravio do verão.”

O fragmento pertence ao livro Os sertões, de Euclides da Cunha, que relata a Guerra de Canudos, travada no Nordeste brasileiro entre os homens liderados por Antônio Conselheiro e as tropas militares republicanas.

Neste trecho da obra,

I. alternam-se a linguagem coloquial e a inconformidade com a exploração do homem pelo homem.

II. a complexidade vocabular e o predomínio da descrição constituem características marcantes.

III. a reiteração de expressões regionais e a preocupação com a condição humana permeiam o ponto de vista do narrador.

A(s) afirmativa(s) correta(s) é/são

a) I, apenas.

b) II, apenas.

c) III, apenas.

d) I e III, apenas.

e) I, II e III.

Considerando o texto responda as questões 16 a 18 do livro sertões abaixo

“Então, a travessia das veredas sertanejas é mais exaustiva que a de uma estepe nua.

Nesta, ao menos, o viajante tem o desafogo de um horizonte largo e a perspectiva das planuras francas. Ao passo que a caatinga o afoga; abrevia-lhe o olhar; agride-o e estonteia-o; enlaça-o na trama espinescente e não o atrai; repulsa-o com as folhas urticantes, com o espinho, com os gravetos estalados em lanças, e desdobra-se-lhe na frente léguas e léguas, imutável no aspecto desolado: árvore sem folhas, de galhos estorcidos e secos, revoltos, entrecruzados, apontando rijamente no espaço ou estirando-se flexuosos pelo solo, lembrando um bracejar imenso, de tortura, da flora agonizante” (CUNHA, Euclides da. Os sertões. 29. Ed. Rio de Janeiro: Círculo do livro, 1975. p. 38).

15. A respeito do livro Os sertões, afirmou o crítico Massaud Moisés: “É um ensaio recheado de elementos estéticos e literários”. Usando como exemplo o excerto acima, a opinião do crítico traduz-se em:

a) A relação empática entre o sujeito e o objeto observado determina os caracteres ensaísticos do texto.

b) Em essência, o texto revela fatos observados e sentidos numa simbiose entre a imaginação e a concepção estética da linguagem.

c) O texto apresenta um substrato linguístico de perfil estético, mas não se desvencilha de seu caráter dissertativo argumentativo.

d) O caráter ensaístico do texto esvazia de sentidos a atuação do sujeito.

e) Evidenciam-se os constituintes ficcionais que fazem do texto um produto da imaginação e da recriação estética.

17. Numa visão generalista, os sertões

a) apresenta imagens de um ambiente hostil, completamente recriadas pela imaginação do sujeito.

b) é exemplo de uma construção linguística mapeada por elementos constituintes de um texto dissertativo.

c) fundamenta-se nas circunstâncias, visto que, para o processo criador, seria impossível apresentar imagens da caatinga sem ser dependente daquele mundo hostil.

d) abdica das metáforas para não sucumbir aos apelos fantasiosos de uma narrativa ficcional.

e) não está centrado apenas na referência aos dados da realidade; consta-lhe também um tratamento estético, tanto na ordem dos sentidos quanto na estruturação semântica.

18. Mas, sendo também uma obra de ficção, o texto de Euclides da Cunha

a) vale-se da impessoalidade do discurso para revelar uma imagem do ambiente sertanejo esteticamente concebida.

b) privilegia uma ação cognoscitiva diante da realidade, ou seja, quer descrever o mundo exterior sem transpor as relações lógicas entre os significantes e os significados.

c) institui ao ambiente uma forma de expressão da caatinga a partir das correlações temporais lineares que se processam entre o mundo sensível e o sujeito.

d) constitui-se de uma concepção linguística tradicional para rever imagens preexistentes e singularizadas no processo criador.

e) é também um construto linguístico de caráter estético  esboçado por nuances subjetivas que evidenciam as interferências da emoção do sujeito sobre o ambiente. 

19. (PUC-RS) Para responder à questão, ler o texto que segue.

Em Marcha para Canudos

“Foi nestas condições desfavoráveis que partiram a 12 de janeiro de 1897.Tomaram pela Estrada de Cambaio. É a mais curta e a mais acidentada. Ilude a princípio, perlongando o vale de Cariacá, numa cinta de terrenos férteis sombreados de cerradões que prefiguram verdadeiras matas.Transcorridos alguns quilômetros, porém, acidenta-se; perturba-se em trilhas pedregosas e torna-se menos praticável à medida que se avizinha do sopé da serra do Acaru.[…]Tinha meio caminho andado. As estradas pioravam crivadas de veredas, serpeando em morros, alçando-se em rampas, caindo em grotões, desabrigadas, sem sombras…[…]

Entretanto era imprescindível a máxima celeridade. Tornava-se suspeita a paragem: restos de fogueira à margem do caminho e vivendas incendiadas, davam sinais do inimigo.”

Todas as afirmativas que seguem estão associadas ao trecho selecionado de Os sertões, em que os homens se dirigem para o local do embate, EXCETO

a) Atenção e rapidez são necessárias numa trajetória que leva os viajantes a uma experiência belicosa.

b) A presença do inimigo é percebida pelo rastros de sua passagem ainda recente.

c) Os obstáculos que se apresentam prenunciam os trágicos eventos que ocorrerão.

d) Pelo assunto do trecho, é possível inferir que se trata de um episódio constante na segunda parte da obra .

e) A estrada referida perturba a avaliação inicial do viajante dada a riqueza natural da área.

20.Na manhã do dia seis

Canudos foi destruída

Com bombardeios e incêndios

Não ficou nada com vida

Dizem que o Conselheiro

Tinha morrido primeiro

Na Belo Monte Querida FRANÇA, A.Q. de; RINARÈ, R. do. Antônio Conselheiro e a Guerra de Canudos. Fortaleza; Tupynanquim, 2002, p. 32.

(UFC) Em relação aos movimentos como o de Canudos, é correto afirmar que:

a)foram movimentos que se limitaram às regiões Norte e Nordeste do Brasil, marcadas pela presença dos latifúndios.

b) foram movimentos sem grande repercussão, visto que se situavam no campo e a maior parte dos trabalhadores do país encontrava-se nas cidades.

c) no campo o domínio dos coronéis era absoluto, e esses movimentos sociais tiveram que se disfarçar como um movimento de conteúdo religioso, para evitar a repressão.

d) foram movimentos nos quais se combinavam conteúdos religioso e social, pois questionavam o poder das autoridades civis e religiosas.

e) foram movimentos de conteúdo exclusivamente religioso, marcados pelo fanatismo, reprimidos por Pedro II e pelos republicanos que se esforçavam para construir um país civilizado.

21. (UFRS) Considere as seguintes afirmações sobre OS SERTÕES, de Euclides da Cunha.I – Nas duas primeiras partes do livro, o autor descreve, respectivamente, o homem e o meio ambiente que constituíam o sertão baiano, valendo-se, para tanto, das teorias científicas desenvolvidas na época.II – Ao descrever os sertanejos, o autor idealiza suas qualidades morais e físicas e conclui que seu heroísmo era resultado da fé nos ensinamentos religiosos do líder Antônio Conselheiro.III – O autor descreve, na terceira parte do livro, as várias etapas da guerra de Canudos e denuncia o massacre dos sertanejos pelas tropas do exército brasileiro, revelando a miséria e subdesenvolvimento da região.Quais estão corretas?a) Apenas I.b) Apenas II.c) Apenas III.

d) Apenas I e III.

e) I, II e III.22. (UFPR) “Então, a travessia das veredas sertanejas é mais exaustiva que a de uma estepe nua. Nesta, ao menos, o viajante tem o desafogo de um horizonte largo e a perspectiva das planuras francas. Ao passo que a caatinga o afoga; abrevia-lhe o olhar; agride-o e estonteia-o; enlaça-o na trama espinescente e não o atrai; repulsa-o com as folhas urticantes, com o espinho, com os gravetos estalados em lanças; e desdobra-se-lhe na frente léguas e léguas, imutável no aspecto desolado: árvores sem folhas, de galhos estorcidos e secos, revoltos, entrecruzados, apontando rijamente no espaço ou estirando-se flexuosos pelo solo, lembrando um bracejar imenso, de tortura, da flora agonizante…”. (CUNHA, 2011, p. 70)O trecho acima, do livro Os Sertões (Campanha de Canudos), de Euclides da Cunha, apresenta algumas características da vegetação da caatinga, segundo as impressões do autor. Assinale a alternativa que indica corretamente outras características desse domínio.

a) O tipo climático predominante na área da caatinga é o árido, em que se destacam a elevada temperatura e a precipitação altamente irregular.

b) Um dos graves problemas ambientais na caatinga tem sido a ampliação das áreas afetadas ou suscetíveis à desertificação, potencializada pelo modo de ocupação do território.

c) As principais bacias hidrográficas dessa região são as do São Francisco e do Paranaíba, no entanto, vários dos afluentes desses dois rios são intermitentes.

d) As características da caatinga favorecem a existência de fauna e floras únicas, porém de pouca diversidade biológica e pobres em recursos energéticos.

e) A área da caatinga apresenta paisagens morfológicas e fitogeográficas de forte apelo ao turismo, destacando-se principalmente as Chapadas Diamantina e dos Guimarães. 

23. (UFSM-RS) “(…) esta aparência de cansaço ilude. Nada é mais surpreendedor do que vê-la desaparecer de improviso. Naquela organização combalida operam-se, em segundos, transmutações completas. Basta o aparecimento de qualquer incidente exigindo-lhe o desencadear das energias adormecidas. O homem transfigura-se.”

Assinale a frase que, retirada de Os sertões, sintetiza o trecho citado.

a)         “é o homem permanentemente fatigado”

b)        “o sertanejo é, antes de tudo, um forte”

c)         “a raça forte não destrói a fraca pelas armas, esmaga-a pela civilização”

d)        “Reflete a preguiça invencível (…) em tudo”

e)         “a sua religião é como ele — mestiça”

24. (SERRITA PE ) “O sertanejo é, antes de tudo, um forte. Não tem o raquitismo exaustivo dos mestiços neurastênicos do litoral. A sua aparência, entretanto, no primeiro lance de vista, revela o contrário…” 
Os Sertões – Euclides da Cunha
a) O autor quis mostrar que a superioridade do sertanejo em relação ao litorâneo tem um fundamento racial.

b) O autor valoriza a raça do homem do litoral

c) O autor usa uma linguagem romântica para descrever o sertanejo e os sertões.

d) A denúncia do crime cometido pela nação conta si própria na Guerra de Canudos não é o tema de “Os Sertões”.

25. (UFRGS) Assinale com V (Verdadeiro) ou F (Falso) as afirmações abaixo sobre a obra “Os Sertões”, de Euclides da Cunha.( ) No texto de Euclides da Cunha, misturam-se o requinte da linguagem, a intenção científica e o propósito jornalístico.( ) A obra euclideana insere-se numa tradição da literatura brasileira que tematiza o povoamento do sertão, iniciada ainda no Romantismo com Bernardo Guimarães.( ) Euclides da Cunha escreveu “Os Sertões” com base nas reportagens que realizou como correspondente do jornal “O Estado de São Paulo”.( ) Antônio Conselheiro é uma personagem fictícia criada pelo imaginário do autor.( ) O episódio de Canudos, retratado no texto de Euclides da Cunha, faz parte dos movimentos de protesto surgidos logo após a proclamação da Independência do Brasil.A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é

a) V- F- V- F- F

b) V- V- V- F- Fc) F- F- V- V- Fd) F- V- F- F- Ve) V- V- F- F- F26. (MACKENZIE) Sobre “Os Sertões”, é INCORRETO afirmar que:a) o autor, militar em sua origem, desaprova a causa dos sertanejos.b) apresenta certa dificuldade em termos de enquadramento em um único gênero literário.

c) sua linguagem tende ao solene, com vocabulário erudito e tom grandiloquente.

d) origina-se de reportagens para “O Estado de São Paulo”, nas quais o autor expõe fatos relacionados à Guerra de Canudos.e) Euclides da Cunha segue um esquema determinista na estrutura das três partes da obra.27. NÃO constitui recurso utilizado pelo autor para demonstrar o vínculo de sua estória com “Os Sertões”, de Euclides da Cunha, a (o)a) semelhança entre os personagens Antônio Conselheiro e Jesuíno Pregador.b) utilização de citações da obra “Os Sertões” em vários momentos da narrativa.c) local escolhido como cenário de sua história, uma cidade no interior do sertão.

d) desfecho trágico para o movimento religioso, mobilizando milhares de sertanejos.

28. (UFV-MG) Observe a seguinte declaração sobre o Pré-Modernismo 

Creio que se pode chamar pré-modernismo (no sentido forte de premonição dos temas vistos em 22) tudo o que, nas primeiras décadas do século, problematiza a nossa realidade social e cultural. BOSI, Alfredo, História concisa da literatura brasileira. São Paulo: Cultrix, 1994. p. 306.

Atente agora para o que se afirma a respeito de algumas obras e autores brasileiros e assinale a alternativa cujo conteúdo NÃO contempla a síntese crítica de Alfredo Bosi:

a)         Um dos grandes temas de Os Sertões é a denúncia que Euclides da Cunha faz sobre o crime que a nação cometeu contra si própria na Guerra dos Canudos.

b)         Monteiro Lobato imortalizou o personagem Jeca Tatu, transformando-o no símbolo do caipira subdesenvolvido que vive na indolência e pratica sempre a “lei do menor esforço”.

c)         Lima Barreto expressou sempre o inconformismo face às injustiças sociais e, na obra Triste Fim de Policarpo Quaresma, construiu uma imagem caricata do Brasil com todas as suas contradições.

d)        Mário e Oswald de Andrade notabilizaram-se como os grandes líderes da revolução de 22 e, portanto, do processo de ruptura em relação à tradição intelectual, libertando a literatura brasileira da “calmaria” em que se encontrava.

e)         Em Os Sertões, Euclides da Cunha opõe o homem do sertão ao homem do litoral, acentuando-lhes as diferenças econômicas e socioculturais.

29. TEXTO 1 “… Como se sabia, o supremo pavor dos sertanejos era morrer a ferro frio, não pelo temor da morte senão pelas suas consequências, porque acreditavam que, por tal forma, não se lhes salvaria a alma. Exploravam esta superstição ingênua. Prometiam-lhes não raro a esmola de um tiro, à custa de revelações. Raros as faziam. Na maioria emudeciam, estoicos, inquebráveis – defrontando a perdição eterna. Exigiam-lhes vivas à República.”TEXTO 2” – Mas você está muito enganada, mana. É preconceito supor-se que todo homem que toca violão é um desclassificado. A modinha é a mais genuína expressão da poesia nacional e o violão é o instrumento que ela pede. (…) Convém que nós não deixemos morrer as nossas tradições, os usos genuinamente nacionais.”Após a leitura atenta dos textos 1 e 2, analise as afirmativas a seguir:1) Ambos pertencem a obras pré-modernistas, pois refletem temáticas nacionalistas e contemporâneas aos autores, mas com um viés crítico e exaltador.2) O texto 1 é um trecho de’ “Os Sertões”, obra em que Euclides da Cunha descortina o interior do Brasil, traçando um retrato do Arraial de Canudos e do líder místico Antônio Conselheiro.3) O texto 2 é parte do romance “Recordações do Escrivão Isaías Caminha”, de Lima Barreto, de estilo simples e despojado. Seus cenários são os subúrbios cariocas, onde denunciava preconceitos sociais.Está(ão) correta(s):

a) 2 apenas       

b) 1, 2 e 3          

c) 2 e 3 apenas         

d) 1 e 3 apenas         

e) 1 apenas30. (UFAM) Das frases abaixo, apenas uma NÃO se refere a Os Sertões, a obra-prima de Euclides da Cunha. Assinale-a:

a) Divide-se em três partes, as quais, pela ordem, estudam o homem nordestino, o meio físico e as escaramuças entre os revoltosos e as tropas do governo.

b) Foi produzido a partir de uma série de reportagens sobre a Campanha de Canudos, que ocorreu na Bahia no final do século XIX.

c) A obra não possui matrizes exclusivamente literárias, abrindo-se para outros gêneros, como a sociologia, a geografia e a história.

d) O embasamento científico da obra funcionou como freio ao sentimentalismo romanesco, evitando, com isso, episódios imaginários próprios da ficção.

e) A figura central é Antônio Conselheiro, chefe carismático de uma multidão de fanáticos religiosos.

31. (UNB) Essa obra de Domingos Olympio, publicada em 1903, é contemporânea de CANAÃ, de Graça Aranha, e de OS SERTÕES, de Euclides da Cunha. Julgue os itens abaixo, relativos ao fragmento apresentado.(1) Nos parágrafos 3 e 6, o adjetivo com que é caracterizada Luzia – “extraordinária” – aponta para duas leituras diferentes, mas complementares, a respeito dessa personagem.(2) A força física com que é destacada a atuação da personagem não é um empecilho para que nela o narrador perceba sensualidade e feminilidade.(3) A atitude de timidez e recato assumida por Luzia era falsa e deliberadamente construída com o propósito de obter privilégios.(4) No texto, fica implícito um contraste entre a situação socioeconômica de Luzia e a do francês Paul.

RESPOSTA: V V F V

32. (ENEM) Então, a travessia das veredas sertanejas é mais exaustiva que a de uma estepe nua. Nesta, ao menos, o viajante tem o desafogo de um horizonte largo e a perspectiva das planuras francas. Ao passo que a outra o afoga; abrevia-lhe o olhar; agride-o e estonteia-o; enlaça-o na trama espinescente e não o atrai; repulsa-o com as folhas urticantes, com o espinho, com os gravetos estalados em lanças, e desdobra-se-lhe na frente léguas e léguas, imutável no aspecto desolado; árvore sem folhas, de galhos estorcidos e secos, revoltos, entrecruzados, apontando rijamente no espaço ou estirando-se flexuosospelo solo, lembrando um bracejar imenso, de tortura, da flora agonizante…

CUNHA, E. Os sertões. Disponível em: http://pt.scribd.com. Acesso em: 2 jun. 2012.

Os elementos da paisagem descritos no texto correspondem a aspectos biogeográficos presentes na

a) composição de vegetação xerófila.

b) formação de florestas latifoliadas.c) transição para mata de grande porte.d) adaptação à elevada salinidade.

e) homogeneização da cobertura perenifólia.

33. “Não é por acaso que as autoridades brasileiras recebem o aplauso unânime das autoridades internacionais das grandes potências, pela energia implacável e eficaz de sua política saneadora das epidemias […]. O mesmo se dá com a repressão dos movimentos populares de Canudos e do Contestado, que no contexto rural […] significavam praticamente o mesmo que a Revolta da Vacina no contexto urbano”. Nicolau Sevcenko. A revolta da vacina. De acordo com o texto, a Revolta da Vacina, o movimento de Canudos e o do Contestado foram vistos internacionalmente como MOVIMENTOS : a) provocados pelo êxodo maciço de populações saídas do campo rumo às cidades logo após a abolição.

b) retrógrados, pois as agitações provocadas por estes movimentos populares dificultavam a modernização do país.

c) decorrentes da política sanitarista de Oswaldo Cruz.d) indícios de que a escravidão e o império chegavam ao fim para dar lugar ao trabalho livre e à república.e) conservadores, porque ameaçavam o avanço do capital norte-americano no Brasil. 

34. Com a obra Os Sertões (1902), Euclides da Cunha foi um escritor pré-modernista pioneiro ao aproximar a literatura e a história quando recriou literariamente o sangrento conflito da Guerra de Canudos (1897). Além de retratar os conflitos ocorridos durante o período, o autor atribuiu maior destaque a três principais aspectos:

a) a escravidão, o povo e a luta;

b) a terra, o homem e a luta;

c) o povo, a raça e a luta;

d) o homem, a luta, a guerra;

e) o sertão, o homem, a luta.

35. (UFRS) Assinale a única alternativa INCORRETA a respeito da obra de Euclides da Cunha.a) Em OS SERTÕES, o autor se utiliza de uma linguagem preciosista e rebuscada, em que pontificam os termos emprestados à ciência da época, os adjetivos exagerados e os verbos cuidadosamente escolhidos.b) OS SERTÕES é o produto final de um longo trabalho de pesquisa bibliográfica, de uma engajada cobertura jornalística realizada ‘in loco’ pelo autor e da revisão de anotações detalhadas feitas por Euclides da Cunha durante sua estada no sertão baiano.

c) A utilização de personagens ficcionais lado a lado com as figuras históricas que protagonizam os acontecimentos de OS SERTÕES permite a Euclides da Cunha inserir suas impressões pessoais sobre o episódio e, além disso, estabelece nexos entre as ações isoladas.

d) Nas duas primeiras partes de OS SERTÕES o autor se mostra adepto das doutrinas científicas da época, que não viam com bons olhos a mestiçagem e estabeleciam uma relação direta entre herança biológica e progresso material dos povos.e) Na última parte de OS SERTÕES, A LUTA, opera-se uma transformação do ponto de vista do autor, que, graças à técnica narrativa utilizada, contagia o leitor: inicialmente vistos como fanáticos, os sertanejos de Canudos conquistam o respeito e a admiração.36. Em Os Sertões, de Euclides da Cunha, a natureza:

 a) condiciona o comportamento do homem, de acordo com as concepções do determinismo cientifico de fins do século XIX;

b) é objeto de uma descrição romântica impregnada dos sentimentos humanos do autor;c) funciona como  contraponto à narração, ressaltando o contaste entre o meio inerte e o homemagressivo;d) é o tema da primeira parte da obra, A Terra, mas não funciona como elemento determinante da ação;

e) é cenário desolador, dentro do qual vivem e lutam os homens que podem transformá-la, sem que sejam por ela transformados.

37. (PUC – MG) Em fins do século XIX e principio do atual, a expansão do capitalismo provocou importantes transformações no mundo, ocorrendo reajustes sociais, que reforçaram a adaptação e modificaram as antigas formas de convívio social. Eclodiram vários movimentos populares de resistência, como a guerra de Canudos e Contestado, ocorridos no Brasil. Sobre esses movimentos, é correto afirmar, EXCETO:a) foram movimentos isolados que fracassaram ante as forças repressivas dos poderes constituídos.b) Foram rebeliões de protesto contra a opressão e miséria, porém sem um projeto claro e definido.c) as aspirações dos revoltosos mesclavam-se à profunda religiosidade sem orientação política.

d) defendiam a permanência das tradicionais formas de dominação, embora exaltassem o progresso trazido pela modernização.

38. (UFC) No cordel Antônio Conselheiro, lemos:“Este cearense nasceu / lá em Quixeramobim, / se eu sei como ele viveu, / sei como foi o seu fim. / Quando em Canudos chegou, / com amor organizou / um ambiente comum / sem enredos nem engodos, / ali era um por todos / e eram todos por um”A história de Antônio Conselheiro, líder da Revolta de Canudos, evocada por Patativa, é tema também de:a) “O Quinze”, de Raquel de Queiroz.

b) “Os Sertões”, de Euclides da Cunha.

c)” Macunaíma”, de Mário de Andrade.d) “Vidas Secas”, de Graciliano Ramos.e) “Grande Sertão: Veredas”, de Guimarães Rosa.

39. (PUC-RS) A viagem de Euclides da Cunha à região de Canudos, onde ocorre a revolta dos seguidores de Antonio Conselheiro

a) Ratifica sua posição em relação aos fanáticos rebeldes, expressa em seu artigo A Nossa Vendeia.

b) Impulsiona-o a produzir Os sertões, baseando-se somente no que realmente pôde presenciar.

c) Demove-o da concepção determinista vigente na época, que concebe o homem como um cruzamento de condicionamentos.

d) Retifica a opinião vigente, passando a considerar a revolta como resultante do atraso da nação.

e) Influencia a prosa do autor, antes impregnada de cientificismo e reacionarismo.

40. (FHA-MG/IBFC) Considere o trecho abaixo, extraído de Os sertões, de Euclides da Cunha.“Decididamente era indispensável que a campanha de Canudos tivesse um objetivo superior à função estúpida e bem pouco gloriosa de destruir um povoado dos sertões. Havia um inimigo mais sério a combater, em guerra mais demorada e digna. Toda aquela campanha seria um crime inútil e bárbaro, se não se aproveitassem os caminhos abertos à artilharia para uma propaganda tenaz, contínua e persistente, visando trazer para o nosso tempo e incorporar à nossa existência aqueles rudes compatriotas retardatários.”

Analise as afirmações abaixo.

I. O trecho indica a imparcialidade e a neutralidade de Euclides da Cunha, escritor e jornalista, apenas preocupado, com uso do narrador em terceira pessoa, em registrar o conflito.

II. Observa-se na obra, representante do Pré-Modernismo, a descrição apoiada no cientificismo para explicar o conflito, o povo e o cenário.

Está correto o que se afirma em
a) somente I 

b) somente II

c) I e II

d) nenhuma

41. (UFSC) “Não lhes bastavam seis mil mannlichers e seis mil sabres; e o golpear de doze mil braços, e o acalcanhar de doze mil coturnos; e seis mil revólveres; e vinte canhões, e milhares de granadas, e milhares de schrapnells, e os degolamentos, e os incêndios, e a fome, e a sede; e dez meses de combates, e cem dias de canhoneio contínuo; e o esmagamento das ruínas; e o quadro indefinível dos templos derrocados; e, por fim, na ciscalhagem das imagens rotas, dos altares abatidos, dos santos em pedaços – sob a impassibilidade dos céus tranquilos e claros – a queda de um ideal ardente, a extinção absoluta de uma crença consoladora e forte…Impunham-se outras medidas. Ao adversário irresignável as forças máximas da natureza, engenhadas à destruição e aos estragos. Tinha-as, previdentes. Havia-se prefigurado aquele epílogo assombroso do drama. Um tenente, ajudantes-de-ordens do comandante geral, fez conduzir do acampamento dezenas de bombas de dinamite. Era justo; era absolutamente imprescindível. Os sertanejos invertiam toda a psicologia da guerra: enrijavam-nos os reveses, robustecia-os a fome, empedernia-os a derrota.”CUNHA, Euclides da. “Os sertões”. São Paulo: Martin Claret, 2003, p. 520-521.Com base no texto, e na obra de Euclides da Cunha, assinale a(s) proposição(ões) CORRETA(S).(01) O texto é exemplo de como o sertanejo é descrito também em outras passagens do livro “Os sertões” e confirma a consagrada frase de Euclides da Cunha: “O sertanejo é antes de tudo um forte”, p. 115.(02) A narrativa de Euclides da Cunha propõe uma antítese entre a força física ou material do exército e a força do sertanejo, adaptado às condições de seu lugar e amparado pela crença religiosa.(04) Quando afirma que “Impunham-se outras medidas” (ref. 1), pois todo aquele arsenal não lhes bastava, o narrador quer dizer que os soldados apelaram para os “céus tranquilos e claros” (ref. 2).(08) Há dois planos opostos que descrevem os dois lados desiguais da luta em Canudos. De um lado, o exército de São Sebastião e, de outro, os sertanejos com suas ruínas, na ciscalhagem das imagens rotas e em pedaços.(16) A construção do texto por meio de paradoxos como “enrijavam-nos os reveses, robustecia-os a fome, empedernia-os a derrota” (ref. 3) confirma uma das características da obra: a presença de elementos contrastantes como resultado de ideias antagônicas.(32) A correta “psicologia da guerra” (ref. 4), aplicada pelo exército, não foi suficiente para a tomada de Canudos, já que os sertanejos a invertiam.

RESPOSTA:  01 + 02 + 16 + 32 = 51

42. A campanha militar empreendida para exterminar o arraial de Canudos contou com a participação de um célebre escritor que, a partir do que viu, escreveu uma das obras clássicas da literatura brasileira. Indique a alternativa que aponta corretamente o nome do escritor e a obra produzida.

a)Euclides da Cunha – Os Sertões.

b) Lima Barreto – Os bruzundangas.

c) Mário de Andrade – Macunaíma.

d) Castro Alves – Os Escravos.

e) Graciliano Ramos – Vidas Secas.

43. Sobre a Revolta de Canudos, assinale a alternativa INCORRETA. a) O seu principal líder foi Antônio Conselheiro. b) Os sertanejos de Canudos lutavam contra a injustiça e a miséria persistente na região. c) Caracterizou-se como um movimento de caráter messiânico. d) A Guerra de Canudos foi tema do livro “Os Sertões”, do escritor Euclides da Cunha. 

e) Os revoltosos de Canudos receberam apoio incondicional dos coronéis da região.

44. (UFRS) Leia o trecho abaixo de “Os Sertões,” de Euclides da Cunha.“Daquela data ao termo da campanha a tropa iria viver em permanente alarma.(…)A tática invariável do jagunço, expunha-se temerosa naquele resistir às recuadas, restribando-se* em todos os acidentes da terra protetora. Era a luta da sucuri flexuosa* com o touro pujante. Laçada a presa, distendia os anéis; permitia-lhe a exaustão do movimento livre e a fadiga da carreira solta; depois se constringia repuxando-o, maneando-o nas roscas contráteis, para relaxá-las de novo, deixando-o mais uma vez se esgotar no escarvar*, a marradas, o chão; e novamente o atrair, retrátil, arrastando-o – até ao exaurir completo…”*restribar – estar firme, estar escorado.*flexuoso – sinuoso, torcido, tortuoso.*escarvar – cavar superficialmente.Assinale a alternativa INCORRETA em relação ao trecho.a) O jagunço, ao aproveitar-se dos “acidentes da terra protetora”, conseguia superar-se e confrontar-se com o inimigo, trazendo-lhe novas dificuldades.b) O “touro pujante”, apesar de sua força, na ilusão do movimento livre, acaba se exaurindo.c) No confronto, a “sucuri flexuosa” vence, pois usa os recursos de que dispõe.d) No trecho, a imagem da luta entre a “sucuri flexuosa” e o “touro pujante” é uma metáfora da luta entre jagunços e expedicionários.

e) A “sucuri flexuosa” e o “touro pujante” estão em constante confronto sem que haja um vencedor.

45. (FCC-BA) Fazendo um paralelo entre Os Sertões, de Euclides da Cunha, e Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa, pode-se afirmar:

a)em ambas as obras predomina o espírito científico, sendo analisados aspectos da realidade brasileira.

b)ambas têm por cenário o sertão do Brasil setentrional, sendo numerosas as referências à flora e à fauna.

c) ambas as obras, criações de autores dotados de gênio, muito enriqueceram a nossa literatura regional de ficção.

d) ambas têm como principal objetivo denunciar o nosso subdesenvolvimento, revelando a miséria física e moral do homem do sertão.

e) tendo cada uma suas peculiaridades estilísticas, são ambas produto de intensa elaboração de linguagem.

46. (CHAPECÓ /FEPESE) “Canudos não se rendeu. Exemplo único em toda história, resistiu até o esgotamento completo. Expugnado palmo a palmo, na precisão integral do termo, caiu no dia 5, ao entardecer, quando caíram seus últimos defensores, que todos morreram. Eram quatro apenas: um velho, dois homens feitos e uma criança, na frente dos quais rugiam raivosa mente cinco mil soldados”. (CUNHA, 1987, p. 4017)
Esse trecho, retirado da obra Os Sertões, de Euclides da Cunha, retrata a chamada Guerra de Canudos. Sobre esse conflito, assinale a alternativa correta.

a. Envolveu a população sertaneja do nordeste, em especial da Bahia, que lutava basicamente contra a injusta situação fundiária e de miséria.

b. Entre as lideranças de Canudos destaca-se o monge João Maria, cujas promessas de salvação eterna foram capazes de mobilizar aproximadamente 30 mil pessoas para o arraial de Canudos.

c. Já na primeira expedição, o Exército conseguiu sitiar Canudos que não conseguiu resistira o cerco das tropas armadas com metralhadores e com canhões.

d.  Canudos era considerado um “mau exemplo” pelo governo do Estado da Bahia por dividiras terras de forma igual entre os seus habitantes, garantindo que todos possuíssem sua propriedade privada.

e.  Antônio Conselheiro foi uma das lideranças de Canudos e, por ser um defensor da República, ganhou diversos simpatizantes entre os membros do governo.

47. Embora fossem movimentos ligados a questão agrária e a falta de justiça no campo Canudos e o Cangaço possuem finalidades distintas. Em relação a esta diferenciação dos objetivos do Cangaço e de Canudos podemos afirmar como correto que:a)O cangaceiro tinha um fim social na sua prática, pois busca a posse da terra e a justiça social, saqueando e roubando dos ricos para doar aos pobres. Eram considerados os justiceiros pobres.

b)O cangaceiro não tinha nenhum fim social na sua prática, não busca a posse da terra e tampouco a justiça social. Luta simplesmente pela sobrevivência praticando a violência.

c)O cangaceiro é um tipo de bandido social que procura aplicar a justiça contra os desmandos dos poderosos no sertão nordestino.d)Canudos não tinha nenhum fim social na sua prática, não busca a posse da terra e tampouco a justiça social. Luta simplesmente pela sobrevivência praticando o fanatismo religioso.

e)Canudos tinha um fim social, mas não busca a posse da terra apenas a justiça social mesmo que fosse alcançada por métodos violentos justificados pelo fanatismo religioso.

48. (UFSM) A – “Até esta data, o brasileiro era, antes de tudo, um envergonhado.”B – “No plano das ideias, o século gerou três obras que se tornariam clássicos da reflexão sobre o país.”Considere o que se afirma sobre os fragmentos destacados.I. Em OS SERTÕES, Euclides da Cunha declara que “o sertanejo é, antes de tudo, um forte”. No fragmento A, o autor retoma a declaração de Euclides da Cunha reafirmando seu conteúdo elogioso.II. Em B, a escolha de “século” como sujeito torna a frase mais expressiva, porque contraria a expectativa de encontrar essa palavra como parte de um adjunto adverbial de tempo.III. Em B, a opção por “o século gerou” leva à associação com a idéia de criar, fecundar, o que reforça o sentido de que o século XX propiciou a concepção das obras destacadas.Está(ão) correta(s)a) apenas I.b) apenas II.c) apenas III.

d) apenas II e III.

e) I, II e III.49. (CEFET-MG) NÃO constitui recurso utilizado pelo autor para demonstrar o vínculo de sua estória com “Os Sertões”, de Euclides da Cunha, a (o)a) semelhança entre os personagens Antônio Conselheiro e Jesuíno Pregador.b) utilização de citações da obra “Os Sertões” em vários momentos da narrativa.c) local escolhido como cenário de sua história, uma cidade no interior do sertão.

d) desfecho trágico para o movimento religioso, mobilizando milhares de sertanejos.

50. Os vaqueiros e os peões do interior escutavam o Conselheiro em silêncio, intrigados, atemorizados, comovidos… Alguma vez, alguém o interrompia para tirar uma dúvida. Terminaria o século? Chegaria o mundo ao ano 1900? Ele respondia (…) Em 1896, mil rebanhos correriam da praia para o sertão e o mar se tornaria sertão e o sertão mar (…). Mario Vargas Llosa O carismático Antonio Conselheiro, de que fala o texto acima, liderou a Revolta de Canudos em 1897. Podemos apontar como principais fatores da revolta:a) o crescimento e a modernização da economia nordestina.b) o apoio incondicional do sertanejo à Monarquia.c) a impossibilidade de adaptação do sertanejo aos valores republicanos.

d) o abandono em que vivia o sertanejo, o coronelismo e a luta pelo acesso à terra. 

e) a oposição contra a Igreja Católica, aliada dos monarquistas.51. (PUC) A Rebelião de Canudos foi fruto:

a) Do fanatismo religioso de populares sem condições econômicas de subsistência;

b) Do desejo de restaurar a monarquia portuguesa no Brasil;c) Da conspiração de grupos conservadores;d) Da organização de grupos de jagunços no sertão;e) n.d.a.

52. A comunidade de Canudos, formada na década final do século XIX, contestava a distribuição de terras no sertão nordestino e buscava, com a formação do arraial, tirar parte da população sertaneja da situação de miséria e abandono em que se encontrava. À frente da comunidade havia um líder religioso conhecido como:

a)monge José Maria

b) João Maria

c) João Campos

d) Antônio Conselheiro

e) Antônio Milagreiro

53. (MACKENZIE) O planalto central do Brasil desce, nos litorais do Sul, em escarpas inteiriças, altas e abruptas. Assoberba os mares; e desata-se em chapadões nivelados pelos visos das cordilheiras marítimas, distendidas do Rio Grande a Minas. Mas ao derivar para as terras setentrionais diminui gradualmente de altitude, ao mesmo tempo que descamba para a costa oriental em andares, ou repetidos socalcos, que o despem da primitiva grandeza afastando-o consideravelmente para o interior.

De sorte que quem o contorna, seguindo para o norte, observa notáveis mudanças de relevos: a princípio o traço contínuo e dominante das montanhas, precintando-o, com destaque saliente, sobre a linha projetante das praias, depois, no segmento de orla marítima entre o Rio de Janeiro e o Espírito Santo, um aparelho litoral revolto, feito da envergadura desarticulada das serras, riçado de cumeadas e corroído de angras, e escancelando-se em baías, e repartindo-se em ilhas, e desagregando-se em recifes desnudos, à maneira de escombros do conflito secular que ali se trava entre os mares e a terra; em seguida, transposto o 15º paralelo, a atenuação de todos os acidentes — serranias que se arredondam e suavizam as linhas dos taludes, fracionadas em morros de encostas indistintas no horizonte que se amplia; até que em plena faixa costeira da Bahia, o olhar, livre dos anteparos de serras que até lá o repulsam e abreviam, se dilata em cheio para o ocidente, mergulhando no âmago da terra amplíssima lentamente emergindo num ondear longínquo de chapadas… Este facies geográfico resume a morfogenia do grande maciço continental. Euclides da Cunha, Os Sertões.

Assinale a alternativa INCORRETA sobre o contexto histórico e literário da prosa pré-modernista a que pertence o fragmento de Os Sertões.

a) Os prosadores pré-modernistas produziram uma literatura problematizadora da realidade brasileira de sua época.

b) Entre os temas pré-modernistas, está o subdesenvolvimento do sertão nordestino.

c) A investigação social presente na prosa pré-modernista colabora para o aprofundamento do sentimento ufanista nacional.

d) A prosa da época é marcada por obras de análise e interpretação social significativas para a literatura brasileira.

e) O pré-modernismo antecipou formal ou tematicamente práticas e ideias que foram desenvolvidas pelos modernistas.

54. (FCC-BA) Obra pré-modernista eivada de informações histórias e científicas, primeira grande interpretação da realidade brasileira, que, buscando compreender o meio áspero em que vivia o jagunço nordestino, denunciava uma campanha militar que investia contra o fanatismo religioso advindo da miséria e do abandono do homem do sertão. Trata-se de:

a)O sertanejo, de José de Alencar.

b) Pelo sertão, de Afonso Arinos.

c) Os Sertões, de Euclides da Cunha.

d) Grande Sertão: veredas, de Guimarães Rosa.

e) Sertão, de Coelho Neto.

55. (PUC-RS) A obra pré-modernista de Euclides da Cunha situa-se a ________ e a _________ . 

a) História – Psicologia. 

b) Geografia – Economia. 

c) Literatura – Sociologia. 

d) Arte – Filosofia. 

e) Teologia – Geologia.

(UEMA) Leia o texto A e responda às questões de 56 a 59.

      Assim se apresentou o Conselheiro, em 1876, na vila do Itapicuru de Cima. Já tinha grande renome.

      Di-lo documento expressivo publicado aquele ano, na Capital do Império.     “Apareceu no norte um indivíduo que se diz chamar Antonio Conselheiro, e que exerce grande influência no espírito das classes populares, servindo-se de seu exterior misterioso e costumes ascéticos, com que impõe à ignorância e à simplicidade.

      Deixou crescer a barba e cabelos, veste uma túnica de algodão e alimenta-se tenuemente, sendo quase uma múmia. Acompanhado de duas professas, vive a rezar terços e ladainhas e a pregar e a dar conselhos às multidões, que reúne, onde lhe permite os párocos; e, movendo sentimentos religiosos, vai arrebanhando o povo e guiando-o a seu gosto. Revela ser homem inteligente, mas sem cultura.” CUNHA, Euclides da. Os sertões. Coleção Os grandes Clássicos.São Paulo: Circulo do Livro, 1979.p 218-219.

56. Considerando que o texto transcrito é um documento publicado na capital do Império sobre Antônio Conselheiro, segundo Euclides da Cunha, acerca da passagem “… e, movendo sentimentos religiosos, vai arrebanhando o povo e guiando-o a seu gosto.” pode-se inferir que o processo histórico vivido pelas sociedades humanas é quase sempre traduzido ou revelado pelo (a) (s)

a) respeito total do governo a manifestações populares.

b) identificação cultural satisfatória entre governo e povo.

c) linguagem da supremacia, revelada com ironia.

d) discurso dos mandatários, de teor técnico e impessoal.

e) documentos éticos marcantes em defesa dos não esclarecidos.

57. Figurativamente, o termo múmia está apoiado em trechos

citados anteriormente, marcado, sobretudo, por

a) alimenta-se tenuemente.

b) deixou crescer a barba.

c) veste uma túnica de algodão.

d) vive a rezar.

e) deixou crescer a barba e o cabelo.

58. Considere as seguintes afirmativas sobre o trecho transcrito.

I- É tipicamente dissertativo, analisando com argumentação o retrato de um fanático, construindo uma tese sobre o assunto.

II- Caracteriza-se como narrativo posto que relata ações do protagonista, utilizando um foco descritivo em que apresenta aspectos físicos do protagonista.

III- O narrador apresenta fatos que determinam as ações dos personagens, de modo discursivo, sem caracterizações pessoais ou ambientais.

IV- O narrador ao fazer uso de aspectos descritivos escolhe aspectos físicos relacionados a aspectos psicológicos, que marcam as ações comportamentais dos

personagens.

Está correto o que se afirma em:

a) IV, apenas.

b) III, apenas.

c) II, apenas.

d) II e IV, apenas.

e) II e III, apenas.

59. Considerando o texto A, julgue os itens que se seguem

e assinale a opção correta, segundo a norma padrão.

a) Em “Revela ser homem inteligente, mas sem cultura.” O termo destacado estabelece uma relação de explicação.

b) Em “… dar conselhos às multidões, que reúne, onde lhe permite os párocos…” a palavra destacada é uma conjunção explicativa.

c) No trecho “Apareceu no norte um indivíduo que se diz chamar Antonio Conselheiro…” o termo destacado estáempregado como sujeito.

d) Em “… vive a rezar terços e ladainhas e a pregar e a dar conselhos…” as palavras destacadas estãoempregadas como artigos definidos.

e) Em “Revela ser homem inteligente, mas sem cultura.” o termo destacado é um objeto direto.

60. (UFPE) Ao se referir à obra de Euclides da Cunha, Alfredo Bosi declarou: “Os Sertões são um livro de ciência e de paixão, de análise e de protesto: eis o paradoxo que assistiu à gênese daquelas páginas em que se alternam a certeza do fim das ‘raças retrógradas’ e a denúncia do crime que a carnificina de Canudos representou”. Tomando como foco características referentes a Os Sertões e ao seu momento histórico, analise as proposições a seguir.

0-0) Tendo sofrido influência das teorias deterministas de seu tempo, Euclides, em Os Sertões, analisa o sertanejo como sujeito determinado pelo espaço geográfico e pela raça. Isso permite inserir a obra no movimento naturalista, que, no Brasil, contou com a adesão de alguns grandes escritores.

1-1) Em sua obra grandiosa, Euclides da Cunha, para chegar ao relato da luta travada em Canudos, percorre, com sua pena, o espaço inóspito que conduz ao local da chacina (no livro A Terra) e envereda pela análise do homem dessa árida região (no livro O Homem).

2-2) Considerando o que diz Alfredo Bosi, é possível compreender que, em Os Sertões, Euclides da Cunha, defensor do governo republicano, justifica a matança em Canudos em razão de ser necessário pôr fim a uma raça atrasada.

3-3) Se, em Os Sertões, Euclides da Cunha escreve com paixão, é possível identificar traços significativos do Romantismo, daí por que sua visão do sertão pouco se aproxima da realidade do sertão nordestino.

4-4) Do ponto de vista literário, é tarefa complexa enquadrar Os Sertões num determinado gênero literário, pois seu texto apresenta uma abordagem científica e histórica, mas num estilo que revela uma forma apaixonada e, por vezes, dramática de exprimir os acontecimentos, o que, para alguns, constituiria seu caráter literário.

RESPOSTA: FVFFV

61. (MACKENZIE)  Texto I

Uma transformação, lenta e profunda, operava-se nele, dia a dia, hora a hora, reviscerando-lhe o corpo e alando-lhe os sentidos […]. A vida americana e a natureza do Brasil patenteavam-lhe agora aspectos imprevistos e sedutores que o comoviam […].

E assim, pouco a pouco, se foram reformando todos os seus hábitos singelos de aldeão português: e Jerônimo abrasileirou-se. Aluísio Azevedo, O cortiço

Texto II

Atravessa a vida entre ciladas, surpresas repentinas de uma natureza incompreensível, e não perde um minuto de tréguas. É o batalhador perenemente combalido e exausto, perenemente audacioso e forte […]. Reflete, nestas aparências que se contrabatem, a própria natureza que o rodeia. Euclides da Cunha, Os sertões

Texto III

Vivia longe dos homens, só se dava bem com os animais. Os seus pés duros quebravam espinhos e não sentiam a quentura da terra. Montado, confundia-se com o cavalo, grudava-se a ele. E falava uma linguagem cantada, monossilábica e gutural, que o companheiro entendia. Graciliano Ramos, Vidas secas

Considere as seguintes afirmações acerca dos textos I, II e III:

I. Nos três fragmentos o narrador descreve aspectos físicos e comportamentais de personagens do sertão brasileiro, marcados pela vida agreste e miserável.

II. Embora publicadas em contextos diferentes, as respectivas obras se enquadram no mesmo estilo de época: o Realismo.

III. Nos três fragmentos revela-se uma concepção determinista do homem.

Assinale:

a) se apenas a afirmação I estiver correta.

b) se apenas a afirmação II estiver correta.

c) se apenas a afirmação III estiver correta.

d) se apenas as afirmações I e III estiverem corretas.

e) se nenhuma afirmação estiver correta.

62. (IBMEC) Antônio Maciel, ainda moço, já impressionava vivamente a imaginação dos sertanejos. Aparecia por aqueles lugares sem destino fixo, errante. Nada referia sobre o passado. Praticava em frases breves e raros monossílabos. Andava sem rumo certo, de um pouso para outro, indiferente à vida e aos perigos, alimentando-se mal e ocasionalmente, dormindo ao relento à beira dos caminhos, numa penitência demorada e rude… Tornou-se logo alguma coisa de fantástico ou malassombrado para aquelas gentes simples. Ao abeirar-se das rancharias1 dos tropeiros aquele velho singular, de pouco mais de trinta anos, fazia que cessassem os improvisos e as violas festivas. Era natural. Ele surdia2 esquálido e macerado – dentro do hábito escorrido, sem relevos, mudo, como uma sombra, das chapadas povoadas de duendes… Passava, buscando outros lugares, deixando absortos os matutos supersticiosos. Dominava-os, por fim, sem o querer. No seio de uma sociedade primitiva que pelas qualidades étnicas e influxo das santas missões3 malévolas compreendia melhor a vida pelo incompreendido dos milagres, o seu viver misterioso rodeou-o logo de não vulgar prestígio, agravando-lhe, talvez, o temperamento delirante. A pouco e pouco todo o domínio que, sem cálculo, derramava em torno, parece haver refluído sobre si mesmo. Todas as conjeturas ou lendas que para logo o circundaram fizeram o ambiente propício ao germinar do próprio desvario. A sua insânia estava, ali, exteriorizada. (…) Aquele dominador foi um títere. Agiu passivo, como uma sombra. Mas esta condensava o obscurantismo de três raças. E cresceu tanto que se projetou na História… Euclides da Cunha. Os sertões. Parte II.

Notas:

1. rancharias: arranchamento, conjunto de ranchos ou casebres; povoado pobre.

2. surdia: surgia.

3. santas missões: instalação de missionários para pregação da fé cristã. Esses propagandistas do cristianismo agem em grupo, criando um ambiente de histeria, que favorece a persuasão da mensagem cristã.

Considere as seguintes afirmações:

I.Euclides da Cunha apresenta Conselheiro de acordo com a visão positivista, dominante no fim do século XIX e início do XX.

II. No texto de Euclides predomina a norma culta, imposta pelo rigor científico mas de rara beleza literária, com toques de erudição.

III. Na opinião de Euclides, o domínio do Conselheiro sobre as povoações que ele visitava foi se impondo pelo carisma da figura messiânica do líder religioso. Para isso, contribuiu o ambiente atrasado e supersticioso da região.

Assinale:

a) se todas as afirmações estiverem corretas.

b) se todas as afirmações estiverem incorretas.

c) se apenas I e II estiverem corretas.

d) se apenas II e III estiverem corretas.

e) se apenas III estiver correta

63. (UFSM) Leia as seguintes afirmativas a respeito da literatura pré-modernista.I. Simões Lopes Neto destaca-se por um conjunto de contos que expressam costumes e incorporam registros da oralidade sul-rio-grandense.II. Em OS SERTÕES, Euclides da Cunha focaliza o episódio de Canudos e descreve o homem e a terra, fatores que situam a obra no nível da cultura científica e histórica.III. Lima Barreto, em seus romances, recupera quadros das regiões que cultivam cana-de-açúcar no interior fluminense.Está(ão) correta(s)a) apenas I.

b) apenas I e II.

c) apenas III.d) apenas II e III.e) I, II e III.

64. (UFRGS) Os Sertões, de Euclides da Cunha, é uma obra que

a) narra um episódio de messianismo ocorrido em vilarejos do interior de Pernambuco e do Sergipe no início do século XX.

b) narra a formação e a destruição de um povoado sertanejo liderado por Antônio Conselheiro na segunda metade do século XIX.

c) denuncia a ocupação de um povoado sertanejo por forças armadas de Pernambuco e do Sergipe aliadas a jagunços locais.

d) expõe a liderança carismática de Antônio Conselheiro em seu esforço para converter sertanejos monarquistas em republicanos.

e) denuncia a campanha difamatória contra o exército brasileiro promovida por jornais e políticos interessados em restaurar a monarquia.

65. (CESMAC) Os Sertões, de Euclides da Cunha, narra uma das maiores hecatombes da história brasileira: a Guerra de Canudos (1893-1897). Dividido em três partes — a Terra, o Homem e a Luta —, Os Sertões busca conhecer em verticalidade as causas e os motivos que levaram à formação do Arraial de Antônio Conselheiro e, por decorrência, à guerra entre os conselheiristas e o Exército Brasileiro. Ainda sobre Os Sertões podemos afirmar como verdadeiro.

a) Euclides em sua narrativa lança mão de um português coloquial, inaugurando o nosso romance regionalista.

b) Euclides descreve o sertanejo como um tipo forte, alto, falastrão e pouco miscigenado.

c) Em Os Sertões prevalecem os aspectos cômicos da guerra em detrimento dos episódios trágicos.

d) Tanto Antônio Conselheiro quanto os seus seguidores são descritos como fanáticos religiosos.

e) Antônio Conselheiro é visto como um líder sóbrio, equilibrado e que poderia conduzir o Brasil para um futuro grandioso.

66. (FPS) Publicado em 1902, Os Sertões, de Euclides da Cunha, fundamenta os seus princípios teóricos e metodológicos nas teorias positivistas, no Evolucionismo Social e no Determinismo. Assentado nesses princípios, Euclides declina as suas interpretações do Brasil, em geral, e do Sertão nordestino, em particular. Ainda sobre a obra máxima de Euclides da Cunha, é correto afirmar o que segue.

a) O livro é dividido em 4 partes: A Terra, A Água, O Homem e A Luta.

b) O livro trata da Guerra de Canudos e do misticismo do sertanejo.

c) O livro defende de maneira veemente a monarquia brasileira.

d) O livro mostra o Sertão como uma região de grande futuro econômico.

e) O livro exalta a inteligência e a erudição de Antônio Conselheiro.

67. (FPS) Insistamos sobre esta verdade: a guerra de Canudos foi um refluxo em nossa história. Tivemos, inopinadamente, ressurrecta e em armas em nossa frente, uma sociedade velha, uma sociedade morta, galvanizada por um doudo. Não a conhecemos. Não podíamos conhecê-la. Os aventureiros do século XVII, porém, nela topariam relações antigas, da mesma sorte que os iluminados da Idade Média se sentiriam à vontade, neste século (…). Porque essas psicoses epidêmicas despontam em todos os tempos e em todos os lugares como anacronismos palmares, contrastes inevitáveis na evolução desigual dos povos, patentes sobretudo quando um largo movimento civilizador lhes impele vigorosamente as camadas superiores.

Voc.: palmares – indiscutíveis.

Euclides da Cunha. Os Sertões. 21. ed. Rio de Janeiro: Ediouro, 2000. p. 190. Adaptado

Considerando o contexto de produção da obra em que o Texto  se insere, assinale a alternativa correta.

a) Com a expressão: “uma sociedade velha, uma sociedade morta”, o autor critica a classe privilegiada de ricos proprietários de terras no Nordeste que dominava e oprimia o povo.

b) No trecho “galvanizada por um doudo”, o autor faz referência a Lampião, conhecido como “o rei do cangaço”, bandoleiro que aterrorizou o Nordeste, enquanto alegava fazer justiça ao povo.

c) Ao afirmar que “os iluminados da Idade Média se sentiriam à vontade”, Euclides da Cunha mostra que reconhece características de superioridade na sociedade que é objeto de sua análise.

d) Com o termo “essas psicoses epidêmicas”, Euclides da Cunha se refere, de maneira genérica, às diversas revoltas populares que surgiram no Brasil no período do Império.

e) O autor evidencia sua visão determinista quando admite a “evolução desigual dos povos” e que existem “camadas superiores” fortemente impelidas por um grande “movimento civilizador”.