Na avaliação dirigida para trauma, se o paciente estiver inconsciente, o que você deve fazer?

Exames laboratoriais e de imagem complementam a avaliação clínica. Pacientes com trauma penetrante têm ferimentos tipicamente localizados, que podem limitar a necessidade de diagnóstico por imagem à região evidentemente acometida. Trauma fechado, em especial quando há significativa desaceleração (p. ex., colisão de veículo a motor, queda), pode afetar qualquer parte do corpo, e o diagnóstico por imagem é o mais amplamente usado. Anteriormente, radiografia ou TC do pescoço, tórax e pelve eram rotineiramente feitas na maioria dos pacientes com trauma fechado. Mas a maioria dos centros de trauma atualmente só faz exames de imagem indicados pelo mecanismo da lesão e pelos achados ao exame físico.

Radiografias da coluna cervical podem ser adiadas nos pacientes que não estão intoxicados, não têm achados neurológicos focais, não têm sensibilidade na linha média da coluna cervical ou lesões instáveis (p. ex., fratura do fêmur), e estejam acordados e alertas. Todos os outros devem passar por exames de imagem da coluna cervical, de preferência com TC.

A radiografia de tórax pode identificar ruptura da via respiratória, lesão pulmonar, hemotórax e pneumotórax; ela também pode sugerir ruptura da aorta torácica (p. ex., por dilatação do mediastino). Mas a TC de tórax é mais sensível para a maioria das lesões intratorácicas e é muitas vezes preferível. Os exames de imagem do tórax atualmente costumam ser feitos à beira do leito usando ultrassonografia E-FAST (avaliação focalizada estendida com ultrassonografia no trauma), particularmente se os pacientes estiverem instáveis. Pode-se identificar pneumotórax, hemotórax e hemopericárdio.

A tomografia computadorizada (TC) do tórax, abdome e pelve, coluna, cabeça ou, particularmente, a combinação deles, é frequentemente usada para pacientes que requerem exames por imagem após trauma fechado múltiplo grave.

A identificação de lesão intra-abdominal é essencial. Historicamente, o lavado peritoneal diagnóstico (LPD) era utilizado para avaliar a existência de sangue intraperitoneal. Na punção peritoneal diagnóstica, um cateter de diálise peritoneal é inserido através da parede abdominal até a cavidade peritoneal. Se mais de 10 mL de sangue for aspirado, indica-se a laparotomia imediata. Se o sangue não for aspirado, 1 L de soro fisiológico a 0,9% é infundido pelo cateter e drenado; a análise do líquido de retorno é utilizada para orientar o tratamento. No entanto, em todas as áreas, exceto aquelas de baixa densidade, a punção peritoneal diagnóstica está em grande medida sendo substituída pela ultrassonografia à beira do leito (exame E-FAST), sobretudo nos pacientes instáveis; é um exame sensível para volumes significativos de sangue intraperitoneal indicando, portanto, a necessidade de laparotomia imediata. Se os pacientes estiverem estáveis, a TC tem as seguintes vantagens: alta precisão, permitir a imagem das estruturas retroperitoneais e ossos e a capacidade de mostrar o volume e, às vezes, origem da hemorragia.

Para crianças com traumatismo craniano, a Pediatric Emergency Care Applied Research Network (PECARN) criou um algoritmo que pode ajudar a limitar a exposição à radiação da TC de crânio; observação clínica é utilizada em crianças que do contrário poderiam ter feito TC.

*Inclusive agitação, sonolência, questionamento repetitivo e resposta lenta à comunicação verbal.

†Inclusive acidentes de trânsito com projeção do paciente, morte de outro passageiro ou capotamento; atropelamento de pedestre ou ciclista sem capacete; queda de > 0,9 m para crianças menores de 2 anos; e golpe na cabeça por algum objeto de alto impacto.

‡Nenhum outro resultado sugerindo lesão cerebral traumática, como perda de consciência, cefaleia, vômitos e alguns hematomas no couro cabeludo de crianças com mais de 3 meses de idade.

ED = departamento de emergência; GCS = escala de coma de Glasgow; LOC = perda de consciência.

*Inclusive agitação, sonolência, questionamento repetitivo e resposta lenta à comunicação verbal.

†Inclusive acidentes de trânsito envolvendo projeção do paciente, morte de outro passageiro ou capotamento; atropelamento de pedestre ou ciclista sem capacete; queda de > 1,5 m para crianças menores de 2 anos; e golpe na cabeça por objeto de alto impacto.

‡Nenhum outro resultado sugerindo lesão cerebral traumática, como perda de consciência, cefaleia, vômitos e alguns hematomas no couro cabeludo de crianças com mais de 3 meses de idade.

ED = departamento de emergência; GCS = escala de coma de Glasgow; LOC = perda de consciência.

Deve-se considerar lesão vascular nas carótidas e nas artérias vertebrais para pacientes com trauma na cabeça e no pescoço, particularmente aqueles com achados neurológicos unilaterais, sinal do cinto de segurança no pescoço (equimose linear pelo cinto) ou lesão predisponente (p. ex., fratura de C1, C2 ou C3; outra fratura da coluna cervical com subluxação; mecanismo de enforcamento). Tais pacientes devem realizar angioTC.

A radiografia normal é utilizada em qualquer suspeita de fratura e luxações. Outros exames por imagem têm indicações específicas (p. ex., angiografia para diagnosticar e, às vezes, embolizar lesão vascular; TC para melhor delimitar fraturas da coluna, pelve ou articulações).

Os exames laboratoriais que podem ser úteis são

  • Níveis seriados da hemoglobina para avaliar sangramento

  • Determinação da pressão parcial de oxigênio por gasometria arterial, pressão parcial de dióxido de carbono e deficit de base

  • Exame de urina para sangue

  • Hemograma completo inicial a fim de monitorar hemorragia vigente

  • Glicose para avaliar hipoglicemia

  • Tipagem sanguínea e prova cruzada para possível transfusão de sangue

Na avaliação dirigida para trauma, se o paciente estiver inconsciente, o que você deve fazer?

do paciente. III)A AVALIAÇÃO DIRIGIDA A avaliação dirigida é realizada logo após o término da avaliação inicial e é dividida em três etapas distintas, são elas: 1. Entrevista (paciente, familiares ou testemunhas); 2. Aferição dos sinais vitais; e 3. Exame físico (limitado a uma lesão ou problema ou completo da cabeça aos pés). Entrevista: Etapa da avaliação onde o socorrista conversa com o paciente buscando obter informações dele próprio, de familiares ou de testemunhas, sobre o tipo de lesão ou enfermidade existente e outros dados relevantes. Sinais Vitais: Etapa da avaliação onde o socorrista realiza a aferição da respiração, pulso, pressão arterial e temperatura do paciente. Exame físico: O exame físico poderá ser limitado a uma lesão ou realizado de forma completa (da cabeça aos pés). Nesta etapa da avaliação, o socorrista realiza uma apalpação e uma inspeção visual, de forma ordenada e sistemática, buscando localizar no paciente, indicações de lesões ou problemas médicos. Atenção! Fique sempre muito atento durante todo o processo de avaliação, pois algumas vezes a natureza da emergência pode não estar claramente definida. Por exemplo, um paciente pode vir a perder a consciência devido a uma emergência médica e sofrer uma queda, sofrendo posteriormente um trauma. Se o paciente for incapaz de responder ou estiver inconsciente, o socorrista deverá buscar as informações sobre o que aconteceu entrevistando as pessoas presentes no local da emergência. Tente conduzir seus questionamentos de forma ordenada, pois na maioria das vezes você dispõe de um tempo curto para obter essas informações. Pergunte: 1) O nome da vítima; 2) O que aconteceu?; 3) Se a vítima queixou-se de algo antes de perder a consciência; 4) Se a vítima tem alguma doença ou problema de saúde; 5) Se alguém sabe se a vítima toma algum remédio ou é alérgica. Se o paciente estiver consciente e em condições de respondê-lo, questione-o utilizando as seguintes perguntas chaves: 1) Nome e idade (se é menor, procure contatar com seus pais ou um adulto conhecido) 2) O que aconteceu? (para identificar a natureza da lesão ou doença) 3) A quanto tempo isso aconteceu? 4) Você tem algum problema de saúde? 5) Você tem tomado algum remédio? 6) Você ingeriu algum alimento ou bebida? 7) Você é alérgico a alguma coisa? Mais recentemente, os programas de treinamento em primeiros socorros estão adotando um modelo de entrevista simplificada, através de um processo denominado SAMPLE. Cada letra da palavra representa uma pergunta que deverá ser feita ao paciente, ou seja: Sinais e sintomas (O que está errado?); Alergias (Você é alérgico a algum tipo de substância ou alimento?); Medicações (Você toma algum tipo de remédio?); Passado médico (Você está realizando algum tratamento médico?); Líquidos e alimentos (Você ingeriu alguma coisa recentemente?); Eventos relacionados com o trauma ou doença (O que aconteceu?). Na avaliação dirigida permite que o socorrista realize o exame físico do segmento corporal Elaborado pelo Enf.Marcos Wesley levando em conta o que o paciente refere (o mais atingido ou de maior queixa). Certos cuidados podem ser ministrados conforme os problemas são identificados. Assim o exame físico completo da cabeça aos pés pode não ser necessário. IV) A AVALIAÇÃO FÍSICA DETALHADA Ao realizar o exame padronizado da cabeça aos pés, o socorrista deverá: 1) Verificar a região posterior e anterior do pescoço (região cervical), procurando identificar deformidades ou pontos dolorosos. Se você perceber qualquer indício de trauma, pare o exame e imobilize a cabeça e o pescoço aplicando um colar cervical de tamanho apropriado; 2) Verifique a cabeça (couro cabeludo), procurando identificar deformidades, ferimentos, contusões, edemas ou hemorragias; 3) Verifique a testa e a face do paciente procurando identificar deformidades, ferimentos, descolorações ou qualquer sinal indicativo de trauma de crânio. - Inspecione os olhos e pálpebras. - Verifique o diâmetro, a simetria e a reação a luz das pupilas. Identifique a presença de sangue no nariz e orelhas. - Examine a boca do paciente, observando sinais de obstrução das vias aéreas, presença de sangue e alterações no hálito; 4) Inspecione ombros apalpando a clavícula e a escápula do paciente, bilateralmente, procure por deformidades, ferimentos, hemorragias ou edemas; 5) Inspecione e apalpe as regiões anterior e lateral do tórax do paciente. Avalie os movimentos respiratórios, deformidades, fraturas, áreas de contusão ou edemas; 6) Inspecione e apalpe os quatro quadrantes abdominais. Procure identificar dor, presença de rigidez, contusões, ferimentos, hemorragias, eviscerações. Verifique a sensibilidade e o tônus/rigidez em cada um dos quadrantes separadamente; 7) Inspecione e apalpe as regiões anterior, lateral e posterior da pelve. Pesquise instabilidade, dor, ferimentos ou hemorragias. Procure identificar lesões na região genital e priapismo nos homens; 8) Inspecione e apalpe as extremidades inferiores (uma de cada vez). Pesquise por ferimentos, deformidades, hemorragias ou edemas. Cheque o pulso, a capacidade de movimentação, a perfusão e a sensibilidade; 9) Inspecione e apalpe as extremidades superiores (uma de cada vez). Pesquise por ferimentos, deformidades, hemorragias ou edemas. Cheque o pulso, a capacidade de movimentação, a perfusão e a sensibilidade; 10) Realize o rolamento em bloco e inspecione a região dorsal. Apalpe e pesquise visualmente as costas, coluna vertebral e as nádegas. Procure deformidades, áreas de contusão, ferimentos e hemorragias. Role o paciente sobre uma maca rígida e imobilize-o para em seguida, iniciar seu transporte. V) A AVALIAÇÃO CONTINUADA A avaliação ou assistência continuada é usualmente utilizada pelas equipes de socorro pré-hospitalar durante o transporte do paciente até a unidade hospitalar mais adequada ao seu tratamento definitivo. Após o término da avaliação física detalhada, o socorrista deverá verificar periodicamente os sinais vitais e manter uma constante observação do aspecto geral do paciente. Noções de Regulação Médica em Situações de Atenção a Múltiplas Vítimas Conceitos: DESASTRE OU CATÁSTROFE - Situação na qual os meios de atendimento de urgência disponíveis não são suficientes para fazer frente à situação de emergência, havendo necessidade de ajuda externa. ACIDENTES COM MÚLTIPLAS VÍTIMAS - São aquelas situações em que há desequilíbrio entre os recursos disponíveis e as necessidades, porém com os recursos locais consegue-se manter um padrão mínimo de atendimento adequado. Elaborado pelo Enf.Marcos Wesley Em ambos os casos, a concepção moderna de atendimento prioriza a ação pré-hospitalar, envolvendo procedimentos na área do sinistro e durante o transporte para o tratamento definitivo. Principais Causas de Acidentes de Massa ACIDENTES NATURAIS - enchentes, terremotos, vulcões, furacões, incêndios, etc. MODERNOS MEIOS DE TRANSPORTE - acidentes rodoviários, ferroviários, aeronáuticos, etc. AGRESSIVIDADE E AGLOMERAÇÕES - shows, estádios, passeatas, etc. CIRCULAÇÃO E ARMAZENAMENTO DE PRODUTOS TÓXICOS GUERRAS E ATENTADOS TERRORISTAS ACIDENTES TECNOLÓGICOS - fábricas, indústrias, reatores nucleares, etc. Existe três ações distintas, mas complementares, e, sobretudo hierarquizadas, no local do atendimento: SALVAMENTO OU RESGATE - compreende as ações técnicas necessárias para a retirada de uma ou várias pessoas de um meio ou local que ofereça risco de vida (exemplo: salvamento de um incêndio, desmoronamento, afogamento, etc.). SOCORRO - compreende as ações bastante específicas

Na avaliação dirigida para trauma, se o paciente estiver inconsciente, o que você deve fazer?
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