Plutão é um planeta 2022

Em 2006, Plutão foi rebaixado a planeta anão. No entanto, recentemente, cientistas começaram a contestar este posto.

Plutão é um planeta 2022
14/04/2022 - 15:38

“Plutão não é mais planeta mas você pode crer / Que volta a ser planeta com nós dois lá”, esse é um trecho da música Casal do ano (Plutão), do grupo Atitude 67. Infelizmente, a definição de um planeta não é tão fácil assim. Na classificação atual, oficializada em 2006, para ser considerado planeta um objeto deve:

Tendo em mente essa classificação, Plutão não alcança o terceiro requisito devido a presença de Caronte, considerado satélite natural do planeta anão. Os dois astros orbitam num centro de massa comum, ou seja, não há predominância de um sobre o outro, estão em equilíbrio. Por isso, há 15 anos, Plutão foi rebaixado ao posto de planeta anão.

Todavia, estudos recentes colocam outras perspectivas em voga. Segundo especialistas, o critério de rebaixamento de Plutão foi baseado em ideias retrógradas, que, para além da astrologia, reúne ideias de folclore. Por isso, a definição oficial da UAI (União Astronômica Internacional) que categorizou Plutão como planeta-anão precisaria ser revista.

Os principais apoiadores da ideia argumentam que esta definição nuhttps://www.tudobahia.com.br/mundo/2022/03/30/nasa-identifica-mais-de-5-mil-planetas-fora-do-sistema-solar/nca havia sido usada antes, o que pode ser um grande erro. E ainda, outra crítica é de que os critérios de definição, registrados em 2006, são os mesmos desde o século 17.

O que leva a crer que os requisitos estão ultrapassados, tendo em vista que os estudos da astronomia evoluíram de maneira contundente nos últimos anos. Essa evolução deve-se a criação de super telescópios, missões modernas e, cada vez mais, descobertas sobre o universo.

Para acompanhar esse levante, seria necessário um novo sistema robusto de classificação planetária. Bom, Plutão ainda é considerado um planeta-anão, porém as críticas recentes e os avanços futuros podem mudar esta realidade. Quem viver, verá.

Anterior

É possível fazer pão diretamente na frigideira?

Próxima

Feriado: confira 3 dicas para viajar (mesmo com pouco dinheiro)

Plutão é um planeta 2022

Fim de Plutão Retrógrado 2022

Foto: Unsplash / Personare

O fim de Plutão Retrógrado 2022 ocorre neste sábado (8/10), ou seja, o planeta das transformações profundas retoma seu movimento direto no céu. O que isso significa? É o que a gente vai entender a seguir.

Significado de Plutão Retrógrado

Plutão Retrógrado é um trânsito bastante comum: ocorre uma vez ao ano, por quase seis meses. Isso indica que praticamente metade da população terá em seu mapa.

A retrogradação é um movimento aparente, ou seja, ele parece andar para trás quando se olha do ponto de vista da Terra. A Astrologia entende que esse posicionamento pode provocar um processo de revisão do tema daquele planeta na sua vida.

Segundo o astrólogo Leonardo Lemos, Plutão é um dos planetas chamados de transpessoais, ou seja, representa mudanças na forma de cada um viver, provocando fins, encerramentos, destruição, reconstrução e até cura de algum tema.

Todas essas transformações geralmente têm relação com a Casa onde está (é só procurar por Plutão no seu Horóscopo Personalizado) e pela casa que rege (onde está o signo de Escorpião no Mapa Astral).

O que acontece com o Fim de Plutão Retrógrado?

Como Plutão está em Capricórnio, segundo a astróloga Naiara Tomayno, a retrogradação pode ser vista (ou melhor, não vista) em catástrofes e alterações climáticas, relações entre os poderosos e subordinados, e até fundos de investimentos e atividades que acontecem debaixo da terra (exploração de recursos, etc.), que ficaram mais difíceis de serem avaliadas. 

Com o fim de Plutão Retrógrado, a sociedade pode sentir um alívio, como se o clima de que algo estava sendo escondido se dissipasse.

Mas calma aí, porque nem tudo são flores. Desde agosto, estamos vivendo uma temporada de planetas retrógrados (5 ao mesmo tempo!), e Plutão é o primeiro a retomar sua velocidade normal.

Ou seja, ainda restam 4. Saturno encerra a retrogradação dia 23 de outubro, mas, em compensação, um trânsito muito mais forte, pois se trata de um planeta pessoal e mais perto da Terra, começa dia 30 de outubro: Marte retrógrado, que vai até janeiro de 2023.

"Como essa temporada de retrógrados ocorre em um período eleitoral e pouco antes da aguardada Copa do Mundo, de maneira geral, podemos esperar dias nos quais o tempo parece passar mais devagar. E essas retrogradações vão contribuindo para o clímax das expectativas", explica Naiara.

Mas não esqueça de que todos os movimentos no Céu podem atuar com mais ou menos intensidade na sua vida, dependendo do seu Mapa Astral. Por isso, é importante ficar de olho aqui no seu Horóscopo Personalizado, que mostra como o céu geral conversa com o seu mapa.

O post Fim de Plutão Retrógrado 2022: entenda o que significa apareceu primeiro em Personare.

Personare ()

- A equipe Personare é formada por pessoas que estão em processo constante de conhecimento sobre si mesmas, sobre o mundo e sobre as relações humanas. Compartilhamos aqui conteúdos apurados junto aos nossos mais de 100 especialistas em diferentes áreas holísticas, como Astrologia, Tarot, Numerologia e Terapias.

Sorry, this entry is only available in Brazilian Portuguese and European Spanish. For the sake of viewer convenience, the content is shown below in this site default language. You may click one of the links to switch the site language to another available language.

Reading time: 7 minutes

Sorry, this entry is only available in Brazilian Portuguese. For the sake of viewer convenience, the content is shown below in the alternative language. You may click the link to switch the active language.

#acessibilidade: cartoon dos planetas do sistema solar sendo fotografados pelo Sol enquanto Plutão fica de fora da foto.

Minha Vó Tem Muitas Jóias Só Usa No …

Se você fez o ensino fundamental ou médio antes de 2006, completar essa frase para você é fácil: Pescoço. Essa era uma forma de memorizar a ordem dos planetas do Sistema Solar em relação à proximidade do Sol, usando a primeira letra de cada nome para montar a frase: Mercúrio, Vênus, Terra, Marte, Júpiter, Saturno, Urano, Netuno e… Plutão.

Mas em 2006, numa reunião da União Astronômica Internacional (IAU, da sigla em inglês), foi definida uma nova classificação para os corpos do Sistema Solar. Segundo essa nova classificação, Plutão não é mais considerado um planeta, e se encaixa numa nova categoria chamada “planeta anão”.

Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter e Saturno, por serem visíveis a olho nú, são conhecidos desde a antiguidade, foram identificados e nomeados por diversas civilizações. Os nomes que utilizamos hoje têm origem em divindades romanas: Mercúrio: o mensageiro dos deuses, Vênus: a deusa do amor, Marte: o deus da guerra, Saturno: o deus do tempo.

Em 1609, o italiano Galileu Galilei apontou um telescópio para o céu e foi o primeiro a ver além do que era observado desde a antiguidade: ele viu que a superfície da Lua não era perfeitamente lisa como se pensava e sim cheia de crateras. Além disso, ele viu que Júpiter tinha luas que giravam ao seu redor. 

Com a ajuda de um telescópio, em 1781, Willian Hershel observou um corpo celeste que ele inicialmente pensou ser um cometa. Sua observação foi apresentada à Sociedade Real de Astronomia (Royal Astronomy Society), e outros astrônomos se puseram a observar e calcular a órbita desse novo objeto. Dois anos depois  já era consenso entre os astrônomos que se tratava na verdade um novo planeta, o primeiro descoberto na era moderna. Depois de muita controvérsia sobre o nome do planeta recém descoberto, foi escolhido o nome Urano, o deus do céu da mitologia grega.

À essa altura, Isaac Newton já tinha publicado seu livro Princípios Matemáticos da Fisolofia Natural (1687), no qual descrevia e apresentava as equações da Lei da Gravitação Universal, que podia ser usada para calcular o movimento de qualquer objeto no Sistema Solar. A Lei da Gravitação Universal diz, de forma simplificada, que quaisquer corpos com massa exercem uma força de atração um sobre o outro, e essa força varia com a distância entre eles.

Comparando as observações feitas por diversos astrônomos e cálculos da órbita de Urano usando as equações propostas por Newton, verificou-se que o planeta estava um pouco “atrasado” em relação ao que se esperava, e foi proposto que deveria ter um outro corpo celeste além de Urano, que estava perturbando a sua órbita. 

Em 1843, o astrônomo John C. Adams demonstrou matematicamente a existência desse outro corpo, mas sua observação só foi feita 3 anos depois, por Urbain Le Verrier. Mais alguns anos de disputa pelo nome e Netuno, referência ao deus romano dos mares, foi o aceito pela comunidade internacional.

Outras regiões do céu também eram observadas em busca de novos objetos. Ceres é um corpo celeste localizado na região do Sistema Solar entre as órbitas de Marte e Júpiter, no chamado “cinturão de asteróides”. Ele foi descoberto em 1801, por Giuseppe Piazzi, e a princípio foi considerado um cometa, depois um planeta e, finalmente, um asteróide. Outros asteróides foram descobertos na região, mas Ceres continua sendo o maior deles, com cerca de 23% de toda a massa dos objetos nessa região.

No final do século XIX, novas observações sugeriam alterações nas órbitas de Netuno, e adivinha o que propuseram? Sim, exatamente: devia haver um corpo além de Netuno, causando essa perturbação. E recomeça a caça ao planeta desconhecido!

Percival Lowell dedicou parte da sua vida (de 1906 a 1916) a encontrar esse planeta, que ele chamou de “Planeta X”,  sem sucesso. Baseado nos cálculos de Lowell, o novo planeta só foi descoberto em 1930, por Clyde Tombaugh. O nome, Plutão, foi sugerido por Venetia Burney, uma menina de 9 anos.

Durante grande parte do século XX, Plutão era apenas um pontinho nas fotos tiradas pelos telescópios disponíveis e não se sabia quase nada sobre ele. Em 1978,  James W. Christy descobriu Caronte, lua de Plutão, e finalmente foi possível estimar sua massa, que corresponde a 0,2 % da massa da Terra. 

Essa massa é muito pequena para alterar a órbita de Netuno, então a descoberta de Plutão feita na década de 1930 na verdade foi acidental:  a massa estimada de Netuno foi recalculada em 1992, usando os dados da sonda Voyager 2, e concluiu-se que com essa nova estimativa, a pertubação apontada no final do século XIX não existia.

Caronte tem cerca da metade do tamanho de Plutão e, ao invés de orbitá-lo como a nossa Lua orbita a Terra, ambos orbitam um ponto entre eles. Além disso, foram identificados outros satélites ao redor de Plutão (ou ao redor do sistema Plutão-Caronte): Hydra e Nix em 1992, e Estige e Cérbero, em 2015.  

Desde as décadas de 1940 – 50, sugeria-se a existência de uma região além de Netuno, que possuía diversos pequenos objetos e de onde viriam os chamados “cometas de curto período”, cujas órbitas em volta do sol levam aproximadamente 200 anos. A existência dessa região foi sugerida separadamente por Kenneth Edgeworth e por Gerard Kuiper.

Essa ideia ficou meio esquecida nos anos seguintes, foi retomada em 1988 por David Jewitt e Jane Luu e, em 1992, foi observado o primeiro “objeto do cinturão de Kuiper” (KBO, da sigla em inglês). Ele tinha cerca de 250 km de diâmetro, e recebeu o nome de 1992 QB1 (onde está a inspiração nas mitologias?).

Em 2003, foi descoberto Haumea (seu nome vem da mitologia havaiana), um KBO com um formato oval e com um movimento de rotação muito rápido. Ele tem quase o mesmo tamanho de Plutão e tem dois satélites naturais. Em 2005, foram descobertos Makemake (nomeado em homenagem a uma deusa da mitologia Rapanui, nativos da Ilha de Páscoa) e Eris. 

Podemos dizer que aí começaram os problemas no nosso querido Plutão, pois as primeiras observações indicavam que Eris podia ser maior que ele. O valor mais preciso obtido para o raio de Eris foi publicado na revista Nature em outubro de 2011 (um resumo em português dessa discussão pode ser lido em https://revistapesquisa.fapesp.br/descoberto-tamanho-do-planeta-anao-eris/), e ele seria no máximo 40 km menor que Plutão. Detalhe: o nome Eris vem do nome da deusa da discórdia da mitologia grega… E agora? Eris seria o décimo planeta do Sistema Solar? E Makemake, que possui quase o mesmo tamanho? E Ceres? E Caronte?

Voltamos para a reunião da IAU de 2006, a grande questão era: Plutão era mais parecido com esses corpos recém descobertos e ao mesmo tempo diferente dos outros 8 planetas do Sistema Solar. E se todos esses corpos fossem considerados planetas, quantos novos planetas seriam descobertos com os novos instrumentos disponíveis? Qual o tamanho da frase que vamos usar para lembrar da ordem?

Foi criada então uma comissão para propor definições, condições que os objetos deveriam cumprir para serem considerados planetas. A primeira definição dizia que para ser considerado um planeta o objeto devia (a) ter massa suficiente para que sua gravidade faça com que ele seja esférico e (b) estar em órbita de uma estrela, e não ser nem uma estrela nem um satélite. Por essa definição, o Sistema Solar passaria a ter entre 12 e 53 planetas, e outros corpos podiam ser descobertos. 

Nessa proposta, o sistema Plutão-Caronte seria classificado como um planeta-duplo, pois o centro de massa entre eles está um ponto entre eles e não em Plutão. Naquele momento, esse era o único caso de planeta-duplo no Sistema Solar, mas sabemos que a nossa Lua está se afastando da Terra, e em algum momento o seu centro de massa vai estar fora da Terra também. Isso só deve acontecer daqui a milhões de anos, mas os astrônomos acharam que era um ponto a ser considerado.

Essa proposta foi bastante criticada, e várias outras foram sugeridas. A definição final diz que para ser considerado um planeta, um objeto deve cumprir três requisitos: (a) estar em órbita ao redor do Sol; (b) ter massa suficiente para que sua gravidade faça com que ele seja esférico (equilibrio hidrostático) e (c) ter gravidade suficiente para limpar a sua órbita de objetos menores. Nosso Sistema Solar tem, portanto, 8 planetas: Mercúrio, Vênus, Terra, Marte, Júpiter, Saturno, Urano e Netuno. 

Foi criada também uma nova categoria de corpo celeste, chamada “planetas anões”. Para ser classificado como tal, o objeto deve (a) estar em órbita ao redor do Sol; (b) ter massa suficiente para que sua gravidade faça com que ele seja esférico (equilibrio hidrostático); (c) não ter massa suficiente para limpar a sua órbita de objetos menores; e (d) não ser um satélite. Se encaixam nessa categoria, além Plutão: Ceres, Haumea, Makemake e Éris.

Parece que essa nova definição foi feita “na medida” pro nosso amigo Plutão, não parece? É importante mencionar que parte da “briga” em torno da sua classificação como planeta  vem do fato que ele é o único planeta até hoje descoberto por um astrônomo americano (razões políticas? o bom e velho marketing?). A criação dessa nova categoria pode ser vista como um “prêmio de consolação” para aqueles que alegavam razões históricas para a manutenção de Plutão como planeta.  

Lançada em 2006, poucos meses antes da reunião da IAU que “rebaixou” Plutão, a sonda New Horizons alcançou seu ponto mais próximo do agora planeta-anão em 2015.  A sonda começou, então, a enviar dados e imagens que ampliaram nosso conhecimento de forma extraordinária: Plutão possui montanhas, planícies, possíveis vulcões e uma atmosfera de nitrogênio, que forma uma fina camada de neblina. 

Planeta ou planeta-anão, Plutão é um lugar fascinante e com muitas coisas a serem exploradas, e estará sempre em nossos corações!

Fonte da imagem destacada: Plutão é o único objeto que não é um planeta a possuir uma lua em nosso sistema solar? – Quora

Para saber mais:

Página oficial da IAU: Pluto and our Solar System_PT | IAU

Uma jornada até Plutão – FAPESP (texto)

Éramos nove – FAPESP (texto)

Plutão não é planeta – Astronomia em meia hora (podcast)

  • Qual é a diferença entre meteoro, cometa e asteroide? (V.4, N.4, P.2, 2021)

  • A turbulenta vida das estrelas (V.3, N.3, P.5, 2020)

  • ASTROEM (V.2, N.2, P.1, 2019)