O que é sonda nasogastrica

  • Usar avental, luvas e protetor facial.

  • Verificar a permeabilidade de cada narina mantendo uma fechada e pedindo ao paciente que respire pela outra. Perguntar ao paciente qual fornece o melhor fluxo de ar.

  • Examinar dentro do nariz a procura de quaisquer obstruções óbvias.

  • Colocar toalha ou pano azul sobre o peito do paciente para mantê-lo limpo.

  • Escolher o lado para a inserção da sonda e borrifar o anestésico tópico nessa narina e faringe pelo menos 5 minutos antes da inserção da sonda. Se houver tempo, administrar 4 mL de lidocaína a 10% por meio de nebulizador ou inserir 5 mL de lidocaína em gel a 2% nas narinas.

  • Se disponível, borrifar um vasoconstritor como fenilefrina ou oximetazolina na narina, tentando alcançar toda a superfície nasal, incluindo os aspectos superior e posterior; mas pode-se omitir essa etapa.

  • Estimar a profundidade de inserção adequada —aproximadamente a distância ao lóbulo da orelha ou ângulo da mandíbula e então ao processo xifoide, mais 15 cm; observar qual das marcas pretas na sonda corresponde a essa distância.

  • Lubrificar a extremidade da sonda nasogástrica.

  • Inserir delicadamente a ponta da sonda no nariz e deslizar ao longo do assoalho da cavidade nasal. Apontar para trás, então para baixo de modo a permanecer abaixo do corneto nasal.

  • Esperar sentir resistência leve à medida que o tubo passa pela nasofaringe posterior.

  • Pedir que o paciente tome goles de água com um canudo e avance o tubo durante as deglutições. O paciente irá engolir a sonda, facilitando a passagem para o esôfago. Continuar avançando a sonda durante as deglutições até a profundidade predeterminada usando as marcas negras na sonda como referência.

  • Avaliar a colocação adequada da sonda pedindo que o paciente fale. Se o paciente não consegue falar, tem voz rouca, engasga violentamente ou apresenta dificuldade respiratória, a sonda provavelmente está na traqueia e deve ser removida imediatamente.

  • Injetar 20 a 30 mL de ar e auscultar a passagem de ar com o estetoscópio abaixo da região subcostal esquerda. O som de uma corrente de ar ajuda a confirmar a localização da sonda no estômago.

  • Aspirar o conteúdo gástrico para confirmar novamente a inserção no estômago (às vezes, não há retorno de conteúdo gástrico, mesmo quando a sonda está corretamente posicionada no estômago).

  • Às vezes, é necessária radiografia de tórax para confirmar definitivamente a localização da sonda no estômago. Se a sonda for usada para infundir quaisquer substâncias, como contraste radiopaco ou alimentação líquida, é recomendado radiografia de tórax.

  • Prenda a sonda ao nariz do paciente. Aplicar benzoína à pele, se disponível. Usar um pedaço de fita adesiva de 10 a 15 cm que é dividido verticalmente em duas partes na metade do seu comprimento, conectando a metade larga ao nariz do paciente. Em seguida, envolver as extremidades da fita em direções opostas ao redor da sonda.

  • Anexar a sonda nasogástrica à sucção e ajustá-la para baixa sucção (sucção intermitente, se possível).

Autor: Ana Cláudia Paiva, Andreia Marques, Marisa Garcês

Última atualização: 2019/12/19

Palavras-chave: alimentação; intubação gastrointestinal; nutrição enteral

Sonda nasogástrica

A sonda nasogástrica define-se como um tubo inserido desde o nariz até ao estômago. Utiliza-se para administrar alimentos, líquidos e medicamentos a pessoas sem capacidade de deglutição ou quando a quantidade fornecida não é suficiente.

Indicações

  • Necessidade de garantir que a pessoa recebe quantidade de alimentos e água adequada;
  • Alimentar pessoas que não o conseguem fazer pela boca (ex: após AVC, doenças musculares, lesões da cabeça ou pescoço);
  • Assegurar a toma de medicamentos, quando não é possível pela boca e não existe formulação injetável, em doentes que estejam em casa.

Vantagens

  • Controlar a quantidade de alimentos e líquidos ingeridos;
  • Administrar medicamentos pela sonda, assegurando que a toma é realizada;
  • Evitar a hospitalização para alimentação e hidratação.

Desvantagens/complicações

  • Inspiração de alimentos para os pulmões se a sonda estiver mal colocada ou se vomitar;
  • Intolerância aos alimentos dados através de sonda;
  • A pessoa pode reagir mal à colocação e permanência da sonda;
  • Dificuldade dos familiares/cuidadores em usar a sonda corretamente.

Utilização

A sonda nasogástrica raramente é uma situação definitiva. A sua utilização pode ser dividida em:

  • Exclusiva, quando o doente é sempre alimentado por sonda;
  • Parcial, quando a pessoa tem sonda, mas é alimentada pela boca sempre que possível.

Colocação

Por norma, a sonda nasogástrica é colocada por um profissional de saúde.

Alimentos

  • Artesanais – alimentos simples, preparados em casa, podendo ser aqueles que a pessoa mais gosta, com menor custo. Podem ser caldos, sopas, frutas, papas ou batidos de leite. Os alimentos devem ser bem lavados, descascados e cozidos, aproveitando a água da cozedura. Devem ser triturados até atingir uma consistência suficientemente líquida para evitar a obstrução da sonda. O leite/água pode estar quente para se dissolver melhor, mas com o cuidado de estar morno na administração, para evitar queimaduras. Os batidos devem ser feitos com frutas que se dissolvam inteiramente, ou utilizar-se um coador.
  • Produtos industriais – alimentos específicos para este fim, processados, com nutrientes em quantidades determinadas. Podem ser adquiridos em farmácias, parafarmácias e por em compras online. São normalmente mais caros, mas podem ser necessários em algumas situações específicas. Devem ser consumidos até 24 horas após abertura.

Antes da refeição

  • A pessoa deve ficar sentada; se não for possível, deitada de lado (para evitar aspiração para os pulmões);
  • Comece por lavar as mãos;
  • Verifique se o adesivo está bem posicionado no nariz e se a sonda está no estômago: com uma seringa, tente aspirar a sonda e, se fluir conteúdo, significa que está bem colocada e pode alimentar. Caso não se verifique, contacte a equipa de saúde;
  • Verifique o volume de conteúdo aspirado: se for igual ou superior à última refeição administrada, introduza novamente o conteúdo e espere cerca de 1 hora; recomece a alimentação com um chá e, se for bem tolerado após 1 hora, pode dar alimentos mais consistentes.

Durante a refeição

  • Verifique a temperatura dos alimentos, colocando na parte interna do punho uma pequena quantidade: alimentos muito quentes podem provocar queimaduras e muito frios desconforto;
  • Encha a seringa e adapte-a à sonda nasogástrica;
  • Introduza o alimento lentamente. A refeição deve demorar 15 a 20 minutos e a quantidade de alimentos introduzida em cada refeição deve ser no máximo 300ml a 400 ml; no final da refeição, introduza 20 a 30 ml de água morna para lavar a sonda (impede que a sonda entupa);
  • Feche a sonda (dobrar na extremidade), retire a seringa e coloque a tampa; esta medida tem que ser realizada sempre que encha a seringa com alimento;
  • Depois de alimentar o doente por sonda, este deve permanecer sentado cerca de 30 minutos, para facilitar a digestão e impedir que os alimentos voltem à boca;
  • Durante o dia deve ir administrando água (6 a 8 copos) pela sonda, para manter a hidratação do doente;
  • O intervalo entre as refeições não deve ser superior a 3 horas.

Cuidados especiais

  • O adesivo do nariz deve ser mudado preferencialmente todos os dias, tendo o cuidado de não deslocar a sonda; deve limpar o nariz diariamente;
  • Mesmo que o doente seja alimentado apenas por sonda, é importante fazer os cuidados de higiene oral diários, com lavagem da boca e dentes/placa dentária;
  • Se a sonda sair do sítio (exteriorizar) não a deve voltar a introduzir.

Conclusão

A utilização de sonda nasogástrica é vantajosa para administrar alimentos, líquidos e medicamentos a pessoas sem capacidade de o fazer pela boca, devendo ser realizada corretamente para evitar complicações.

Referências Recomendadas

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Ana Cláudia Paiva • Andreia Marques • Marisa Garcês

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