Os peixes são encontrados nos mais variados ambientes aquáticos e caracterizam-se por ser o grupo mais numeroso e diversificado nos vertebrados. Nesse grupo de animais, temos representantes com corpo tipicamente fusiforme; respiração, geralmente, do tipo branquial; presença de nadadeiras; e ectotermia. Esse grupo inclui peixes cartilaginosos, que possuem esqueleto formado por cartilagem, e peixes ósseos, que possuem o esqueleto ósseo. Show Vale salientar que muitas modificações ocorreram na classificação dos animais após adoção da metodologia cladística e aprimoramento das técnicas de análise de DNA. Estudos recentes demonstram, por exemplo, o monofiletismo dos Agnatha e dos Chondrichthyes, porém não a dos Osteichthyes, que se trata de um grupo parafilético. O significado taxonômico de Osteichthyes nos dias atuais é bem diferente do que havia no passado, quando se referia aos peixes ósseos e excluía o grupo dos tetrápodes. Hoje os sistematas incluem os tetrápodes no clado Osteichthyes. No nosso texto, no entanto, optamos por utilizar os termos no seu sentido clássico, pois essa forma é a abordada nos livros didáticos e a cobrada nos processos seletivos. Saiba mais: Reino Animalia, também conhecido como Metazoa Características gerais dos peixesOs peixes são animais vertebrados que vivem exclusivamente no ambiente aquático. Possuem diferentes tamanhos, formatos e cores, sendo animais de grande importância econômica, uma vez que são usados na nossa alimentação, em práticas como pesca esportiva e também na criação em aquários, por exemplo. Os peixes possuem um sistema digestório completo, com intestino terminando em cloaca nos peixes cartilaginosos e em ânus nos peixes ósseos. O sistema excretor desses animais é formado por um par de rins. Nos peixes cartilaginosos, é excretado principalmente ureia, e, nos peixes ósseos, observa-se a eliminação de amônia. O sistema circulatório é fechado, e observa-se a presença de um coração com duas cavidades: um átrio e um ventrículo. Nesse importante órgão bombeador de sangue, circula apenas sangue rico em gás carbônico (venoso). A circulação nos peixes é simples, uma vez que o sangue passa pelo coração apenas uma vez, em cada circuito completo, pelo corpo do animal. O sangue entra no coração pelo átrio, segue para o ventrículo e é bombeado em direção às brânquias, nas quais é oxigenado. Esse sangue é então levado para o corpo do animal. Não podemos deixar de citar os peixes pulmonados (Dipnoi). Atualmente esse grupo apresenta apenas seis espécies, as quais são encontradas apenas em água doce da América do Sul, África e Austrália. A espécie de peixe pulmonado existente no Brasil é conhecida como piramboia. Ela é capaz de construir galerias, que utilizam como abrigo para proteger-se da seca e dos predadores. Os peixes têm poderosos e eficientes órgãos sensoriais, como a linha lateral. Essas estruturas, localizadas lateralmente no peixe, permitem que o animal consiga captar movimentos na água e, consequentemente, evitar predadores. Além das linhas laterais, os peixes contam com lobos olfativos desenvolvidos, que permitem a percepção de cheiros, e com as ampolas de Lorenzini, que permitem a captação de correntes elétricas produzidas por outros animais. Essas ampolas são encontradas apenas em peixes cartilaginosos. Os peixes, de maneira geral, são animais ectotérmicos, ou seja, são incapazes de manter a temperatura do seu corpo constante utilizando mecanismos fisiológicos. Algumas espécies, no entanto, são capazes de manter partes do seu corpo mais aquecidas do que outras (heterotermia regional), conseguindo elevar a temperatura por meio da produção endotérmica de calor. Atuns e alguns tubarões apresentam essa capacidade. A reprodução dos peixes varia de grupo para grupo. Nos cartilaginosos, ocorre fecundação interna; já na maioria dos peixes ósseos, ocorre fecundação externa. Nos peixes ósseos, pode-se observar, em algumas espécies, o desenvolvimento indireto, com a formação de larvas, e o desenvolvimento de uma fase denominada alevino. Leia também: Osmorregulação nos peixes Adaptações dos peixes ao ambiente aquáticoPara viver no meio aquático, os peixes apresentam grande quantidade de adaptações, destacando-se a presença de brânquias. Esses órgãos em formato de lâmina e ricamente vascularizados permitem a troca gasosa entre a água do meio e o sangue do animal, o que constitui a respiração branquial. A água inicialmente entra pela boca, passa pelas fendas na faringe, segue para as brânquias, e então sai do corpo do animal. Movimentos coordenados do opérculo e das mandíbulas permitem que a água chegue às brânquias. O movimento do nado pode também ser usado para garantir a ventilação das brânquias. Além da presença de brânquias, os peixes possuem um corpo com formato hidrodinâmico, que auxilia a movimentação na água. Normalmente os peixes apresentam o corpo fusiforme, ou seja, alongado e com as extremidades afiladas, o que possibilita melhor natação. Peixes com formato fusiforme podem conseguir alta velocidade de natação. Além do formato característico, os peixes possuem grande quantidade de muco em sua pele, o que ajuda a diminuir o atrito com a água. O muco, assim como as escamas, também possui papel importante na proteção do peixe contra patógenos. Destaca-se também a presença de nadadeiras, que variam em forma, tamanho e posição em cada espécie de peixe. Essas estruturas possuem como principais funções: manter o equilíbrio do peixe, ajudar na mudança de direção e profundidade, e atuar como propulsoras, como é o caso da nadadeira caudal. Além de apresentarem adaptações para facilitar a natação, os peixes possuem estratégias para evitar o afundamento, uma vez que possuem densidade maior do que a da água. A flutuação é garantida em peixes cartilaginosos pela presença de um fígado desenvolvido e com grande quantidade de gordura. Já em peixes ósseos, existe uma bexiga natatória, um órgão hidrostático que permite que o peixe nade para o fundo e para a superfície. Leia também: Tênia do peixe Peixes ósseos e cartilaginososOs peixes podem ser divididos tradicionalmente em dois grandes grupos: os peixes cartilaginosos (Chondrichthyes) e os peixes ósseos (Osteichthyes). Os peixes cartilaginosos recebem essa denominação por não apresentarem ossos formando seu esqueleto, o qual é constituído predominantemente de cartilagem. Tubarões, arraias e quimeras são representantes desse grupo de peixes, sendo a maior parte das espécies marinhas. Outra característica desse grupo é a presença de placas semelhantes a dentes que revestem o corpo desses animais, as chamadas escamas placoides. Nos tubarões e arraias, as escamas placoides revestem grande parte dos seus corpos, nas quimeras, no entanto, elas estão presentes em porções específicas. Os peixes cartilaginosos possuem, ainda, uma característica bastante marcante, que é a presença do clásper, uma modificação de parte dos raios das nadadeiras pélvicas dos machos, que atuam na reprodução. Nos peixes cartilaginosos, a fecundação é exclusivamente interna. Outras características existentes nesse grupo de peixes e que permitem sua diferenciação dos peixes ósseos são: boca ventral, presença de cloaca, excreção da ureia e ausência de bexiga natatória. Os peixes ósseos, assim como o nome sugere, apresentam um esqueleto ósseo. Nesses animais, a brânquias estão cobertas pelo opérculo, uma espécie de aba óssea que protege essas estruturas. Nos peixes ósseos, observa-se a presença da bexiga natatória. Outras características que podem ser citadas são: boca na extremidade anterior, intestino terminado em ânus e excreção da amônia. Por Vanessa Sardinha dos Santos Ouça este artigo:
Vertebrados (Vertebrata) estão inclusos no filo dos cordados. São animais com esqueleto de sustentação que pode ser tanto ósseo quanto cartilaginoso (tubarões e raias). A coluna vertebral se forma ao redor da notocorda e do tubo nervoso durante o processo de desenvolvimento do embrião. O crânio, estrutura óssea que protege o encéfalo, é exclusivo dos vertebrados e se desenvolveu para proteger a cabeça, que comporta os órgãos sensoriais muito importantes. Conteúdo deste artigoEsqueleto humano. Ilustração: Potapov Alexander / Shutterstock.com São quatro os folhetos embrionários (tetrablásticos) que se formam na fase embrionária dos vertebrados. Ectoderme é a camada mais externa; endoderme a camada mais interna e mesoderme, camada entre ectoderme e endoderme. Além desses, um tecido embrionário independente surge nos vertebrados, a crista neural, responsável pela formação de estruturas, principalmente, cefálicas. A camada externa é responsável pelo revestimento das estruturas corporais, a mais interna reveste o sistema digestivo e respiratório, a mesoderme forma músculos, esqueletos, sistema circulatório e reprodutor. Ainda, são todos animais bilaterais, ou seja, tem duas metades simétricas, deuterostômios (o ânus é formado primeiro), apresentam fendas faríngeas (aberturas na região da garganta para filtrar alimentos) em algum momento da vida. Sistema digestivoO sistema digestivo dos vertebrados é completo com boca, estômago, intestino e ânus. A digestão é feita mecanicamente pelos dentes e movimentos do trato digestivo e quimicamente por enzimas liberadas no estômago. Sistema respiratórioEste sistema é bem variado dentre os vertebrados indo desde respiração cutânea nos anfíbios, por brânquias em peixes e larvas aquática e pulmonar nos vertebrados terrestres. O sistema circulatório é fechado, ou seja, o sangue não sai dos vasos, podendo ter ou não mistura de sangue nas câmaras do coração (átrio e ventrículo). As artérias saem do coração levando sangue oxigenado para os órgãos. Dentro deles, as artérias se comunicam com as veias pelos capilares e as veias transportam o sangue rico em gás carbônico para o órgão respiratório para receber oxigênio novamente e de lá vai para o coração. Sistema excretorOs rins são os órgãos responsáveis pela filtração dos líquidos corporais e eliminar os excretas que são, geralmente, nitrogenados. Em peixes e anfíbios as brânquias e a pele auxiliam na excreção feita pelos rins. Sistema reprodutorA fecundação é, na maioria, interna em animais mais terrestres e, na maioria, externa em animais que vivem associados com o meio aquático. Os órgãos produtores de gametas (as gônadas) são pares e ficam dentro do corpo, estando fora somente em mamíferos. O encéfalo dos vertebrados é o mais desenvolvido dentre os cordados sendo dividido em prosencéfalo, mesencéfalo e rombencéfalo. O primeiro é o de maior atividade, pois nele encontra-se o córtex cerebral. Há dois sistemas nervosos nos vertebrados, o sistema nervoso central (SNC) e o sistema nervoso periférico (SNP). O sistema nervoso central é formado pelo encéfalo e coluna vertebral. O SNC é responsável pela liberação de hormônios e estímulos nervosos para a área periférica do corpo. Os estímulos são levados por nervos que passam por dentro da coluna vertebral. Por ser um sistema de grande importância, o SNC tem a sua volta uma barreira quase líquida chamada hematocefálica, que protege contra entrada de toxinas e microrganismos. O SNP é formado pelos nervos, gânglios nervosos e órgãos receptores (órgãos sensoriais). Sistema muscularOs músculos são os responsáveis pela sustentação do esqueleto. Existem dois tipos de músculos no corpo: o liso e o estriado. O liso reveste órgãos ocos (estômago, veias, útero), tem contração lenta e geralmente involuntárias. Existem tanto o músculo estriado esquelético quando o cardíaco. O estriado esquelético faz contrações voluntárias e rápidas e está grudado ao esqueleto e o estriado cardíaco reveste o coração e faz contrações involuntárias. Referência: Pough, A vida dos vertebrados, 4 edição, 2008 - Páginas 16 até 42 |