A conotação e a denotação são as variações de significado que ocorrem no signo linguístico

Sobre a conotação e a denotação, podemos afirmar, exceto:

a) A conotação é utilizada principalmente na linguagem poética e na literatura, mas pode ser encontrada em gêneros textuais do cotidiano, como letras de músicas, anúncios publicitários, entre outros.

b) Uma palavra ou expressão é usada no sentido denotativo para representar diferentes significados dependendo do contexto da enunciação.

c) Os textos não literários devem preferir a denotação, pois essa tem como finalidade informar o receptor da mensagem de maneira clara e objetiva, livre de ambiguidades e metáforas.

d) A conotação e a denotação são as variações de significado que ocorrem no signo linguístico, que, por sua vez, é composto de um significante (letras e sons) e um significado (conceito, ideia).

Constantemente, ao falar em meios de comunicação, lembramo-nos apenas dos que englobam a mídia: televisão, revista, jornal, rádio. No entanto, há outros canais comunicativos que podemos usufruir, e não somente a comunicação em massa, citada anteriormente. A comunicação é feita através das várias significações dos signos lingüísticos. Quando transmitimos ou recebemos uma mensagem, seja por linguagem oral, escrita ou não-verbal, estabelecemos comunicação. Em uma língua, signo é todo elemento portador de significado. Assim, todo artefato que usamos para nos expressar é um signo: sons, palavras, gestos, símbolos, figuras, cores, notas musicais, desenhos. Por exemplo: quando colocamos o dedo indicador frente à boca queremos dizer: Silêncio!, ou quando esperamos para que o sinaleiro de pedestre fique verde para atravessarmos, então, a cor verde significa “permissão”. O signo lingüístico apresenta duas variações de significado: denotativo ou conotativo. Observe:

1. Este ambiente está tão limpo ultimamente!


2. Seu nome está limpo na praça.

Observe que na primeira oração o termo “limpo” está empregado no seu sentido original e independente de seu contexto, significando asseado, higiênico, lavado, e, portanto, tem sentido denotativo.

Já a segunda oração o mesmo termo já exprime outro significado e traz uma interpretação diferente, e transmite a idéia de “estar livre de dívidas” ou “livre de pendências financeiras”, logo, tem sentido conotativo. Ainda na segunda oração, a expressão “na praça” quer dizer “nos órgãos protetores de créditos” e não no lugar (pátio) que tradicionalmente vamos para descansar, geralmente próximo à nossa casa. Nomeamos de denotação a utilização de uma palavra no seu sentido original, real. Costuma-se dizer que o sentido denotativo é o mesmo do dicionário, já que a primeira definição no dicionário é denotativa. A conotação ocorre quando a palavra é utilizada em sentido alterado, ou seja, em outro sentido, com outro significado, aproximando-se da subjetividade.

A poética é um exemplo que utiliza muito a linguagem conotativa, já que transmite os sentimentos, as emoções do “eu-lírico” e, portanto, está passível de criações e alterações de significados.

A conotação e a denotação são manifestações da linguagem que estão relacionadas com os significados das palavras ou expressões de um enunciado.

Quando uma mensagem está em sentido literal, ou seja, de acordo com o significado do dicionário, ela é chamada de denotativa.

Por outro lado, se uma mensagem possui um sentido mais subjetivo e figurado, dizemos que ela é conotativa.

Resumindo:

  • Denotação: emprego do sentido real, literal das palavras e expressões.
  • Conotação: emprego do sentido subjetivo, figurado das palavras e expressões.

Exemplo de denotação e conotação:

  • Depois de jogar bola, nós comemos um churrasco. (denotação)
  • Ele comeu bola na prova de matemática. (conotação)

Nas orações acima, notamos o uso da denotação e conotação.

Na primeira frase, o termo “bola” está empregado em sentido denotativo, que se refere ao objeto esférico utilizado para jogar futebol, basquete e vôlei.

Já na segunda frase, a expressão “comer bola” está em sentido figurado ou conotativo, que significa: cometer um erro. Note que não poderíamos utilizar essa expressão no sentido real, uma vez que “comer bola” é algo impensável.

O que é denotação?

A denotação é o uso do sentido literal ou real da linguagem em uma declaração. Quando utilizada, ela não proporciona espaço para outras interpretações, sendo, portanto, objetiva e precisa.

Por esse motivo, a denotação compreende o sentido dos dicionários, ou seja, o sentido próprio, original e direto das palavras.

Assim, a intenção de uma enunciação denotativa é emitir a mensagem ao receptor, de modo que ela não seja interpretada ou decifrada de outra maneira.

Exemplos de denotação

Com o intuito de não abrir margem para outras interpretações, muitos gêneros textuais utilizam a linguagem denotativa, por exemplo:

  • Notícias e reportagens
  • Bulas de remédios
  • Manuais de instruções
  • Textos científicos

Saiba mais sobre a Função referencial ou denotativa.

O que é conotação?

A conotação é o uso do sentido figurado, metafórico ou subjetivo da linguagem em uma declaração. Quando utilizada, ela proporciona interpretações abstratas que vão além do sentido real das palavras, ou seja, das definições que aparecem nos dicionários.

Por esse motivo, ela recorre ao uso das figuras e vícios de linguagem para a transmissão das mensagens.

Dessa maneira, amplia-se o sentido das palavras dando lugar à análise do que está implícito no texto.

Exemplos de conotação

  • Textos literários (poemas, crônicas, novelas)
  • Mensagens publicitárias
  • Charges e tirinhas
  • História em quadrinhos

Leia mais sobre as Figuras de linguagem.

Sentido conotativo e sentido denotativo

Como vimos acima, o sentido conotativo é expresso pelo uso da palavra ou expressão em sentido figurado, subjetivo ou expressivo.

Ele depende do contexto em que é empregado, sendo muito utilizado na literatura. Isso porque no meio literário muitas palavras têm forte carga de sensações e sentimentos.

Já o sentido denotativo representa o emprego de palavras e expressões em seu sentido próprio, literal, original, real e objetivo. Muitas vezes, ele é caracterizado pelo sentido do dicionário, ou seja, a primeira acepção da palavra.

Nos dicionários, depois da acepção denotativa há, entre parênteses ou colchetes, o termo "figurado", o qual indica o sentido conotativo da palavra.

Para entender melhor, vamos ver o exemplo da palavra "cachorro" no dicionário online de português (Dicio):

Cachorro Substantivo masculino Cão novo; qualquer cão. Cria da loba, da leoa e de outros animais parecidos com o cão. [Construção] Peça saliente de madeira ou pedra para sustentação de cimalha ou sacada; modilhão [Figurado] Homem desaforado, de mau-caráter ou mau gênio; indivíduo desprezível; canalha. [Figurado] Criança muito levada; menino traquinas. [Militar] Escora de navio em estaleiro. [Militar] Peça maciça de madeira que sustenta o peso do navio na calha do estaleiro. Quinto grupo que, no jogo do bicho, corresponde ao número 5, número do cachorro, representado pelas dezenas 17, 18, 19 e 20. Parte na espora que dá suporte para a roseta.

Balsa usada para o transporte de cargas no rio Parnaíba.

  • O cachorro da vizinha fugiu essa manhã. (sentido denotativo)
  • Aquele homem é um cachorro. (sentido conotativo)

Nas orações acima, podemos notar que a palavra “cachorro” é utilizada em dois sentidos diferentes: denotativo e conotativo.

Na primeira frase, a palavra “cachorro” está empregado de forma denotativa, ou seja, no sentido real e original do termo: animal doméstico.

Já na segunda frase, o termo está no sentido conotativo, uma vez que se refere ao caráter do homem “cachorro”: mulherengo ou infiel.

Quer ficar craque nesse assunto? Não deixe de ler outros textos relacionados com esse tema:

  • Signo linguístico
  • Semântica
  • Polissemia
  • Linguagem verbal e não verbal

Exercícios sobre conotação e denotação

Questão 1

(Enem-2005)

O termo (ou expressão) destacado que está empregado em seu sentido próprio, denotativo, ocorre em

a) “(....) É de laço e de nó De gibeira o jiló

Dessa vida, cumprida a sol (....)”


(Renato Teixeira. Romaria. Kuarup Discos. setembro de 1992.)

b) “Protegendo os inocentes é que Deus, sábio demais,

põe cenários diferentes

nas impressões digitais.”

(Maria N. S. Carvalho. Evangelho da Trova. /s.n.b.)

c) “O dicionário-padrão da língua e os dicionários unilíngues são os tipos mais comuns de dicionários. Em nossos dias, eles se tornaram um objeto de consumo obrigatório para as nações civilizadas e desenvolvidas.”
(Maria T. Camargo Biderman. O dicionário-padrão da língua. Alfa (28), 2743, 1974 Supl.)

d)

e) “Humorismo é a arte de fazer cócegas no raciocínio dos outros. Há duas espécies de humorismo: o trágico e o cômico. O trágico é o que não consegue fazer rir; o cômico é o que é verdadeiramente trágico para se fazer.”
(Leon Eliachar. www.mercadolivre.com.br . acessado em julho de 2005.)

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Alternativa correta: c) “O dicionário-padrão da língua e os dicionários unilíngues são os tipos mais comuns de dicionários. Em nossos dias, eles se tornaram um objeto de consumo obrigatório para as nações civilizadas e desenvolvidas.”

O sentido denotativo é o sentido literal de algum termo e, das opções acima, o único deles é "dicionário-padrão" em que não existe um sentido subjetivo atribuído.

(Fuvest)

O filme Cazuza - O tempo não para me deixou numa espécie de felicidade pensativa. Tento explicar por quê. Cazuza mordeu a vida com todos os dentes. A doença e a morte parecem ter-se vingado de sua paixão exagerada de viver. É impossível sair da sala de cinema sem se perguntar mais uma vez: o que vale mais, a preservação de nossas forças, que garantiria uma vida mais longa, ou a livre procura da máxima intensidade e variedade de experiências? Digo que a pergunta se apresenta “mais uma vez” porque a questão é hoje trivial e, ao mesmo tempo, persecutória. (...) Obedecemos a uma proliferação de regras que são ditadas pelos progressos da prevenção. Ninguém imagina que comer, fumar, tomar pinga, transar sem camisinha e combinar, sei lá, nitratos com Viagra seja uma boa ideia. De fato não é. À primeira vista, parece lógico que concordemos sem hesitação sobre o seguinte: não há ou não deveria haver prazeres que valham um risco de vida ou, simplesmente, que valham o risco de encurtar a vida. De que adiantaria um prazer que, por assim dizer, cortasse o galho sobre o qual estou sentado? Os jovens têm uma razão básica para desconfiar de uma moral prudente e um pouco avara que sugere que escolhamos sempre os tempos suplementares. É que a morte lhes parece distante, uma coisa com a qual a gente se preocupará mais tarde, muito mais tarde. Mas sua vontade de caminhar na corda bamba e sem rede não é apenas a inconsciência de quem pode esquecer que “o tempo não para”. É também (e talvez sobretudo) um questionamento que nos desafia: para disciplinar a experiência, será que temos outras razões que não sejam só a decisão de durar um pouco mais?

(Contardo Calligaris, Folha de S. Paulo)

Considere as seguintes afirmações:

I. Os trechos “mordeu a vida com todos os dentes” e “caminhar na corda bamba e sem rede” podem ser compreendidos tanto no sentido figurado quanto no sentido literal.

II. Na frase “De que adiantaria um prazer que (...) cortasse o galho sobre o qual estou sentado”, o sentido da expressão sublinhada corresponde ao de “se está sentado”.

III. Em “mais uma vez”, no início do terceiro parágrafo, o autor empregou aspas para indicar a precisa retomada de uma expressão do texto.

Está correto o que se afirma em:

a) I, somente b) I e II, somente c) II, somente d) II e III, somente

e) I, II e III

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Alternativa correta: d) II e III, somente.

A opção I está incorreta pois a expressão "mordeu a vida com todos os dentes" não pode ser considerada em sentido denotativo, literal.

Questão 3

(FGV-2001) “Minha memória não se desgrudava daquela cena e meu olhar apagava a paisagem ao meu redor.” Escreva a seguir as palavras dessa frase que têm sentido conotativo. Explique.

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O sentido conotativo é o sentido subjetivo, figurado atribuído às palavras. Na oração acima, temos duas palavras empregadas em sentido conotativo, as quais não podem ser interpretadas em sentido literal (denotativo): desgrudava e apagava.

Continue estudando sobre o tema com mais Exercícios sobre denotação e conotação.

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